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DANIEL GOLEMAN
Inteligência cree com treinamento
Guru norte-americano revela estratégiapara ter coragem ao decidir
JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO
Daniel Goleman tornou-se
referência mundial em psicologia em 1995, ao lançar o livro "Inteligência Emocional"
(ed. Objetiva).
À obra, seguiram-se versões que focavam o tema sob
ângulos como liderança e
ambiente de trabalho.
Em 2009, ele se voltou à
sustentabilidade em "Inteligência Ecológica" (ed. Campus), que aborda o impacto
do consumo no ambiente.
Na próxima quarta-feira,
às 8h, Goleman estará no Insper (Instituto de Ensino e
Pesquisa), em São Paulo, para ministrar palestra sobre
inteligências múltiplas. (Inscrições limitadas, a R$ 1.600,
em eventos@hbrbr.com.br.)
Em entrevista exclusiva à
Folha, ele fala de suas estratégias para aumentar as inteligências emocional e social
e de expectativas sobre
sustentabilidade.
FOLHA - Como "Inteligência
Emocional" influenciou a
gestão de pessoas?
DANIEL GOLEMAN - Na
época, a ideia de inteligências múltiplas estruturada
por Howard Gardner [psicólogo norte-americano] começava a ser aceita. A visão convencional era a de que o QI
[quociente intelectual] determinava o sucesso da carreira.
Hoje vemos que outras habilidades contribuem para isso, e não apenas o QI. As empresas entenderam que seus
líderes e potenciais líderes
têm um alto nível de inteligência emocional.
De que maneira essa inteligência emocional se manifesta nos líderes?
Eles têm autoconhecimento, foco, direção e empatia,
e são extraordinários em comunicação, convencimento
e colaboração.
Você mudou algum aspecto
de suas inteligências emocional e social treinando-as?
Sim. Pratico meditação todas as manhãs, o que reforçou meu autoconhecimento
e me deixou mais em contato
com a coragem necessária
para tomar decisões.
Também participei do treinamento on-line de Paul Ekman [www.paulekman.
com], que ensina a ler expressões de emoção que se
manifestam no rosto em centésimos de segundos. Isso
ampliou minha capacidade
de detectar emoções.
As mídias sociais influenciam
nossas inteligências emocional e social ou a maneira como as usamos?
Na internet, essas inteligências são ainda mais importantes. O cérebro social
foi desenhado para a interação cara a cara. Ele capta os
sinais [dos interlocutores] e
nos guia para melhores maneiras de interação imediata.
Na web, não temos tais sinais e ficamos mais sujeitos a
ser mal interpretados.
Quando digitamos uma
mensagem, precisamos de
mais empatia do que o usual
para saber como ela pode
soar a quem vai recebê-la.
Seu último livro é sobre o
impacto ambiental do que
compramos. A consciência da
população sobre o tema pode
contribuir para que esse impacto seja menor?
Sim, isso levaria a melhores escolhas de consumo. Assim, as empresas buscariam
novas maneiras de produzir.
Como você faz suas compras?
Consulto sites como
GoodGuide.com e Cosmeticdatabase.com.
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