São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

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CORTE DE VAGAS

Construção civil prevê retomada

Qualificação é o principal rumo para trabalhadores

Marcelo Justo/Folha Imagem
Carlos Guerra de Oliveira, que foi demitido do setor de construção civil, diz que pretende buscar qualificação em cursos gratuitos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar de a construção civil ser um dos setores que mais demitiram em dezembro -foram fechados 82.432 postos de trabalho, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho-, sindicatos patronais e de trabalhadores mantêm-se otimistas quanto à abertura de vagas neste ano.
Para os representantes do Sinduscon-SP (patronal) e do Sintracon-SP (trabalhadores), o setor já está consolidado e deve voltar a esquentar e a contratar em fevereiro.
"As construtoras já disseram que vão retomar a todo o vapor a partir do mês que vem", afirma Haruo Ishikawa, vice-presidente de relação capital-trabalho do Sinduscon-SP.
Ele avalia que o setor deverá crescer entre 3,5% e 4% em 2009. "O país não está em recessão, apenas crescendo menos", raciocina.
Além disso, apesar do corte no final do ano, o balanço da abertura de vagas em 2008 é positivo em 254 mil vagas, o que representa um crescimento de 12% sobre 2007, diz Ishikawa, com base em levantamento feito pelos sindicatos do setor em todo o país.
"Não houve demissão em massa [no setor] e, em 2009, o trabalhador não deverá sentir falta de emprego", opina Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sintracon-SP.

Qualificação
Por causa disso, a recomendação a quem perdeu o trabalho -pedreiros e profissionais com baixa qualificação, na maioria- é que invista tempo em cursos de aperfeiçoamento sobre técnicas mais modernas em sua área de atuação.
"Deve-se aproveitar esse período para a qualificação. Há quatro meses, havia falta de mão-de-obra especializada", pontua Ishikawa.
É o que pretende fazer José Carlos Guerra de Oliveira, 47, que fazia serviços gerais havia três anos para uma empresa especializada em reformas e montagem de estandes de venda para construtoras.
Pai de dois filhos, de 10 e 12 anos, ele explica que vai procurar cursos gratuitos, pois não pode arcar com outra despesa. "Eu e minha mulher estamos desempregados. Tudo o que recebi usei para pagar contas e dívidas", conta ele, demitido em dezembro com mais 30 colegas.
"Estava ruim de aparecer serviço para a empresa." (NCC)


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