|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CORTE DE VAGAS
Construção civil prevê retomada
Qualificação é o principal rumo para trabalhadores
Marcelo Justo/Folha Imagem
|
|
Carlos Guerra de Oliveira, que foi demitido do setor de construção civil, diz que pretende buscar qualificação em cursos gratuitos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apesar de a construção civil
ser um dos setores que mais
demitiram em dezembro -foram fechados 82.432 postos de
trabalho, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados), do Ministério do Trabalho-, sindicatos
patronais e de trabalhadores
mantêm-se otimistas quanto à
abertura de vagas neste ano.
Para os representantes do
Sinduscon-SP (patronal) e do
Sintracon-SP (trabalhadores),
o setor já está consolidado e
deve voltar a esquentar e a contratar em fevereiro.
"As construtoras já disseram
que vão retomar a todo o vapor
a partir do mês que vem", afirma Haruo Ishikawa, vice-presidente de relação capital-trabalho do Sinduscon-SP.
Ele avalia que o setor deverá
crescer entre 3,5% e 4% em
2009. "O país não está em
recessão, apenas crescendo
menos", raciocina.
Além disso, apesar do corte
no final do ano, o balanço da
abertura de vagas em 2008 é
positivo em 254 mil vagas, o
que representa um crescimento de 12% sobre 2007, diz Ishikawa, com base em levantamento feito pelos sindicatos do
setor em todo o país.
"Não houve demissão em
massa [no setor] e, em 2009, o
trabalhador não deverá sentir
falta de emprego", opina Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sintracon-SP.
Qualificação
Por causa disso, a recomendação a quem perdeu o trabalho -pedreiros e profissionais
com baixa qualificação, na
maioria- é que invista tempo
em cursos de aperfeiçoamento
sobre técnicas mais modernas
em sua área de atuação.
"Deve-se aproveitar esse
período para a qualificação.
Há quatro meses, havia falta
de mão-de-obra especializada",
pontua Ishikawa.
É o que pretende fazer José
Carlos Guerra de Oliveira, 47,
que fazia serviços gerais havia
três anos para uma empresa
especializada em reformas e
montagem de estandes de venda para construtoras.
Pai de dois filhos, de 10 e 12
anos, ele explica que vai procurar cursos gratuitos, pois não
pode arcar com outra despesa.
"Eu e minha mulher estamos
desempregados. Tudo o que recebi usei para pagar contas e dívidas", conta ele, demitido em
dezembro com mais 30 colegas.
"Estava ruim de aparecer
serviço para a empresa."
(NCC)
Texto Anterior: Alta-costura é opção no ramo têxtil Próximo Texto: Serviços têm campos com procura por profissionais Índice
|