São Paulo, domingo, 25 de abril de 2004

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VIREI CHEFE, E AGORA?

Tempo de empresa e diferença de idade são itens que podem gerar resistência entre funcionários

Melindre da equipe é desafio do novo líder

Fernando Moraes/Folha Imagem
Chantal Andreato só conseguiu harmonizar sua equipe depois de demitir um funcionário-problema


BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

É apenas um dia de trabalho, mas, de repente, encarar a equipe parece mais difícil do que nunca. A diferença? Agora você é o chefe.
Rogério de Campos Morais, 35, enfrentou o dia "fatídico" na última quinta. Era o mais jovem diretor da Internet Security Systems no país e assumiu a presidência.
"Precisarei ter muito tato. Todos têm mais idade e mais tempo de empresa do que eu", afirma. "São profissionais de alto nível, estou certo de que não teremos problemas. Meu papel é me colocar no lugar deles."
A vantagem, conta Morais, é que, como ex-colega, sabe exatamente por onde começar. "Sei quem é bom e quem precisa ser motivado. Sei o que fazer."
Já Ana Paula Martinez, 23, coordenadora de atendimento na academia Triathon, virou chefe das colegas e passou a ter contato direto com a direção. "Enfrentei um pouco de timidez, ficava encabulada no começo", diz. Segundo ela, o apoio da empresa foi determinante. "Palestras e cursos sobre liderança pagos pela academia me ajudaram muito a crescer."
Para quem vem de fora da empresa, o desafio também é grande. Chantal Andreato, 29, contratada há dois meses para ser gerente da Skill (escola de idiomas), já encontrou a equipe formada. "Antes de mim, passaram três gerentes, cada um com uma filosofia diferente. Quando entrei, não tinha credibilidade, eu era mais uma."
Para harmonizar a equipe, que resistia às mudanças, foi preciso demitir um funcionário. "Ele tinha bastante tempo de casa e queria a vaga. Tentei ajudar e aumentei seu comissionamento. Mas ele já tinha abandonado o barco."
Mesmo dispensado, o funcionário continuou dando dor de cabeça. "Fazia terrorismo. Ligava [para os ex-colegas] e dizia: "Você é o próximo a ser demitido"."
A saída foi conversar e rir da situação. "Se não tivesse levado na brincadeira, ele poderia ter desestruturado a equipe."


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