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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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VAGAS DE VERÃO

Maioria das vagas não exige conhecimento específico, mas também há lugar para profissionais qualificados

Final de ano aquece mercado com milhares de postos temporários

PAULA LAGO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O desemprego continua alto -12,9% em setembro, segundo dados do IBGE divulgados na quarta-feira-, mas a proximidade do verão traz boas perspectivas, ao menos no curto prazo.
Dados da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping Centers) apontam para a criação de 35 mil vagas temporárias nos estabelecimentos, sendo 15 mil no Estado de São Paulo, um repeteco dos números do ano passado.
"Estamos com essa previsão em função do momento da economia. Este final de ano vai ser bom, mas não excepcional. Isso porque o poder aquisitivo está baixo, e a população, comprometida com dívidas", afirma o presidente da associação, Nabil Sahyoun.
Marcia Costa, diretora comercial da Adecco, empresa especializada em seleção de temporários, afirma que a divulgação das vagas por parte das empregadoras está mais estratégica neste ano.
"Em 2002, como as companhias estavam pessimistas com a economia, começamos a receber vagas somente em novembro, o que provocou uma correria no mercado para o preenchimento das oportunidades. Isso serviu de lição. Agora há um ordenamento."
O certo é que há vagas (veja quadro na pág. 2) principalmente para vendedores, estoquistas, caixas, promotores de vendas e atendentes de público, e experiência anterior nem sempre é exigida.
Segundo lojistas, ainda que, no geral, o início das atividades seja em meados de novembro ou no início de dezembro, os candidatos já podem partir para a caça.

Início, meio e fim
Antes disso, devem estar cientes de que o trabalho temporário caracteriza-se por ter início, meio e fim predeterminados (o contrato dura no máximo três meses, prorrogáveis por mais três) e por não criar vínculo empregatício. A possibilidade de contratação efetiva, contudo, deve ser considerada.
Atualmente desempregada, Ana Paula Colleti, 23, começou a atuar como temporária há quatro anos e foi registrada como promotora de vendas em uma vaga provisória. "Procuro sempre fazer o melhor que posso. O problema de ser temporário é que você não consegue ter estabilidade. Acontece de você engatar um serviço no outro e assim se manter quase sempre trabalhando."
Paulo Kretly, gerente-geral da FranklinCovey Brasil, consultoria especializada em treinamento, concorda. "O temporário tem de trazer resultados, por isso sua dedicação se torna maior. Pode surgir oportunidade de permanência, uma vez que há uma comparação natural entre o desempenho de temporários e de efetivos."
Para quem pensa que só estudantes à procura de um dinheiro extra podem ser temporários, Costa diz que o perfil desse trabalhador sofreu alterações. "Isso mudou, há muita gente capacitada e experiente. É uma oportunidade de conhecer novas áreas."


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