São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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Alunos de MBA de ponta garantem estágios de verão

Conhecida como "summer job", iniciativa rende convites de emprego

MARIANA IWAKURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando acabar o MBA em Wharton, escola da Universidade da Pennsylvania (EUA), Meton Morais, 29, terá mais que o certificado de um dos melhores cursos do mundo. Terá também emprego em uma firma internacional de investimento.
A chance será resultado não só da qualificação mas também do estágio de verão que Morais fez na empresa. O "summer job" (ou "summer internship") muitas vezes rende convites para um emprego efetivo.
Segundo o levantamento "MBA 2007", da consultoria GNext Talent Search, 96% dos alunos das melhores escolas de MBA do mundo tiveram um "summer job" nas férias.
Foram entrevistados 49 alunos brasileiros. Sobre "summer job", questionaram-se os segundanistas depois do verão.
"Com o estágio, cria-se um relacionamento com o segmento em que se quer atuar", aponta Denise Barreto, sócia-diretora da GNext. "As empresas têm interesse em alunos que atuem em projetos curtos."
Meton Morais teve dois "summer jobs": na consultoria Lehman Brothers, ficou nove semanas. Na Matlin Patterson, firma de investimento, as dez semanas se estenderam -Morais foi convidado a trabalhar lá todas as sextas-feiras, quando tem uma brecha no MBA.
"Agora vou escolher entre trabalhar em Nova York e voltar ao Brasil, onde a firma também tem escritório", comenta.

Atividades
Segundo o levantamento da GNext, 49% dos que tiveram "summer jobs" os fizeram nos Estados Unidos. No Brasil, foram 32%, e na Inglaterra, 13%. A maioria -74%- trabalhou em bancos ou financeiras. Em consultorias, foram 13%.
No escritório brasileiro do Boston Consulting Group, são recebidos até dez alunos. "Desenvolvemos habilidades e proporcionamos uma experiência real de trabalho, o que nos dá a chance de avaliar seus desempenhos", conta Ana Cristina Vieira, coordenadora de recrutamento para a América Latina.
Marcelo Carvalho, 31, aluno da Universidade de Chicago, passou o verão no banco Barclays de Londres e diz ter usado 80% do que aprendeu no curso.
"Meu chefe saiu de férias e esperava que eu acelerasse o projeto, o que fiz com minha experiência e um pouco de ginga", conta. "Mas, como todos acham que os "MBAs" sabem quase tudo, havia pouca paciência para explicações."
A experiência também ajuda os alunos a bancar o curso -um ano em Wharton custa cerca de US$ 72 mil. Paulo Moraes, 28, que trabalhou no Citigroup de Nova York por dez semanas, recebeu US$ 20 mil. "Qualquer quantia pode ser usada para pagar parte dos estudos", avalia.

Presença feminina
Somente 13% dos alunos de MBA nessas universidades são mulheres, segundo a GNext.
Uma representante da fração é Cristiane Andrade, 32, que viajou com o marido para fazer MBA nos EUA e teve uma filha lá. "Ser mãe complica um pouco o planejamento de atividades extracurriculares", diz.
Ela também faz parte de outra minoria: a de alunos da área biológica (5%). Médica dermatologista, Andrade fez "summer job" em uma empresa da área de nutrição de bebês.


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