São Paulo, domingo, 27 de junho de 2004

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Pesquisa sugere criação de pacote flexível

DA REPORTAGEM LOCAL

Agregar flexibilidade à política de benefícios, permitindo que cada funcionário escolha quais ganhos lhe são mais representativos, é uma possibilidade para o futuro das empresas brasileiras.
Representada até agora em apenas 2% das companhias nacionais, a prática já está disseminada em 89% do mercado norte-americano, de acordo com dados da Hewitt Associates.
A consultoria divulgou, na semana passada, os resultados de uma pesquisa feita com 80 empresas atuantes em diversos segmentos da economia brasileira, sendo a maioria delas (73%) de capital privado multinacional.
O estudo aponta que assistência médica (fornecida por 93% das empresas), seguro de vida (82,5%) e concessão de automóvel (82%) lideram o ranking dos mais freqüentes. Já o fornecimento de cesta básica é o menos popular, sendo praticado por apenas 12,5% das entrevistadas.
Na opinião de Thaís Blanco, 31, responsável pela consultoria de benefícios da Hewitt, o pacote tradicional do mercado brasileiro pode estar com os dias contados devido a sua baixa eficiência. "Esse modelo foi pensado na década de 70, para uma maioria de funcionários homens, casados e com filhos", relata ela.
De lá para cá, muita coisa mudou. E, segundo conta Blanco, cerca de 80% dos colaboradores declararam que, se pudessem, mudariam os itens que a empresa oferece como incentivo simplesmente porque não se sentem tão beneficiados assim recebendo-os.
"Para um recém-formado, solteiro e sem filhos, ganhar um plano de aposentadoria privada não é a opção mais interessante. Se ele recebe outra proposta de emprego, nem chega a considerar isso como benefício", exemplifica.
Dessa forma, o empresariado brasileiro tem "investido alto na direção errada", analisa ela. "Flexibilizando, poderia aproveitar melhor esse investimento. Gastar a mesma quantia em pontos que possam realmente ser percebidos como diferencial para cada um dos funcionários", conclui.


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