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São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

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SUA CARREIRA

Segmento de animação amadurece no país e oferece oportunidades ligadas à área de publicidade

Animador redesenha mercado de trabalho

EDSON VALENTE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Animação não é coisa de criança. O mercado de trabalho na área oferece oportunidades maduras em diversos segmentos, desde a criação de peças publicitárias e de internet até a produção de desenhos animados para a televisão.
Neste mês, no Rio de Janeiro e em São Paulo, os animadores tiveram uma vitrine para mostrar seu trabalho: o Anima Mundi, festival com produções do mundo todo. A 11ª edição, que termina hoje na capital paulista, apresentou 586 filmes de 39 países.
Cinema, contudo, ainda não é a grande aposta para esses profissionais no Brasil. "O campo de atuação é basicamente o publicitário", afirma Arnaldo Galvão, 47, que atua desde 1990 no ramo.
"Quase não existe produção de séries de animação para a TV", avalia. "Muita gente faz esse tipo de material, mas ele não chega a ser veiculado pelas emissoras."
"Cerca de 90% do que realizamos vai para o mercado de propaganda", corrobora Silvia Prado, 40, sócia da Cinema Animadores.
Com relação à remuneração, Galvão conta que os rendimentos dos animadores "variam muito". "Normalmente, trabalhamos como temporários. É difícil achar um emprego fixo", diz. "O pagamento pode ser calculado por tempo: cerca de R$ 200 por segundo de animação produzido."
Ainda não há graduações universitárias específicas para animadores. A especialidade aparece como matéria opcional em faculdades de cinema e televisão, mas existem opções de curso rápido.
Aprender por conta própria, com a mão na massa ou pinçando aulas aqui e ali, também consiste em uma prática usual. Lancast Mota, 38, há 20 anos na área, é um dos que se dizem autodidatas. "Aprendi na marra, com livros e atuando em estúdio", afirma.
Mas, segundo ele, o mercado não está muito receptivo agora. "De dois anos para cá, tenho feito poucos comerciais. O trabalho com publicidade está mais escasso, restrito às multinacionais."
Para escapar da crise, há quem trabalhe por aqui de olho nos grandes centros de criação em animação, como os Estados Unidos. Itamar Ferreira, 27, por exemplo, já preparou um portfólio em inglês. "Conheço muitos profissionais brasileiros que foram para lá, mas o mercado nacional também está crescendo."


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