São Paulo, domingo, 28 de março de 2010

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INGRESSO

Brasil tem 47 "novas" ocupações

Inclusão de profissões em lista do governo ajuda em políticas públicas, afirma especialista


Rodrigo Capote/Folha Imagem
A tecnóloga em logística Raphaela Bortolazzi

JORDANA VIOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Chefe de cozinha, médico de saúde da família e outras 45 atividades foram incluídas na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). A lista, concluída no fim do ano passado, foi obtida com exclusividade pela Folha.
Trata-se de uma relação de 2.511 ocupações, reunidas em 607 famílias, 192 subgrupos, 48 subgrupos principais e dez grandes grupos. Ela serve como base para cadastrar a população economicamente ativa.
"Também ajuda a elaborar políticas públicas, analisar a evolução do mercado e identificar riscos de desemprego, doenças ocupacionais e acidentes de trabalho", esclarece Claudio Dedecca, professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
A listagem das ocupações não tem fins de oficialização -há profissões que não constam da classificação. A diferença é que não contam com todo esse monitoramento.
As atualizações são anuais e feitas pelos técnicos do MTE, que acompanham as listagens estrangeiras e consideram solicitações de conselhos profissionais, de sindicatos e do Sistema Nacional de Emprego.

Reconhecimento
Embora tenha cunho administrativo, e não de negociação, a inclusão de uma atividade na CBO é vista como reconhecimento. É a opinião do chefe de cozinha Fred Frank, 38.
"Pode ser um impulso para que as universidades públicas ofereçam o curso de gastronomia", considera João Leme, presidente da Abaga (Associação Brasileira da Alta Gastronomia). Hoje, a graduação nessa área só está disponível em instituições privadas.
A inclusão também será positiva para os tecnólogos em processos químicos, segundo Aelson Guaita, presidente do Sinquisp, sindicato de químicos.
Ele conta que há uma confusão no mercado entre as definições de técnico (nível médio) e de tecnólogo (nível superior).
"Há a ideia de que o curso de tecnólogo é incompleto por ser feito em menos tempo do que a graduação tradicional", afirma.
Isso gera, diz, dificuldade de ingresso no mercado de trabalho. A inclusão da atividade deve ajudar a elucidar a situação.
A CBO relaciona ocupações de todo o país. Por isso é difícil que uma delas deixe a lista, explica Eduardo Schneider, técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Assim, a classificação conta com ocupações, como a de datilógrafo, raras nas grandes cidades, mas vivas nas menores.


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