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META EM RISCO
Só 9% das equipes têm metas claras
Falha na comunicação entre gestor e colaboradores é responsável pela falta de objetivos
ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria dos funcionários
trabalha sem rumo certo.
É o que aponta pesquisa feita
pela consultoria FranklinCovey com mais de 200 mil profissionais de organizações de 38
países, incluindo do Brasil.
Pelo levantamento, apenas
9% das equipes de trabalho têm
metas claras e mensuráveis
-as demais estão à deriva.
"É um número grande de
pessoas que poderiam estar
produzindo mais para suas empresas", considera o presidente
da consultoria, Paulo Kretly.
Para ele, a falta de direção
"é um problema das corporações como um todo, e, no Brasil, isso não difere muito."
Parte da responsabilidade é
do trabalhador -apenas 14%
deles estão focados nas metas
mais importantes.
A principal culpada, contudo,
é a ausência de comunicação.
Os reais objetivos da empresa e
o papel do funcionário não são
transmitidos com clareza.
Por isso tentar entender o
que a companhia espera de cada um é parte do processo.
"O importante é negociar
com o líder o que será considerado meta atingida ou superada", aponta a gerente de desenvolvimento organizacional da
Novartis, Alessandra Ditt.
Definir expectativas, explica
ela, "ajuda a saber como o desempenho será avaliado".
Na Novartis, os objetivos globais são definidos pela matriz
suíça. Mas seu processo de comunicação é individualizado.
Cada funcionário recebe metas
mensuráveis, monitoradas periodicamente pela equipe.
A médica Gabriela Saraiva,
35, faz seu próprio controle, e
diz se incomodar quando começa projetos e não os termina.
Hoje ela avalia diariamente o
que é preciso ser feito e, mensalmente, em que pontos necessita estar mais focada.
Como resultado, conta Saraiva, atingiu ou superou todas as
metas do ano passado -e já
completou algumas para 2007.
Ela nega, no entanto, que seu
intuito seja o de superar os objetivos impostos pela empresa.
"Procuro cumpri-los. É importante reavaliar sempre", diz.
Líderes
Para consultores ouvidos pela Folha, as empresas têm dificuldades em fazer suas metas
ultrapassarem a barreira dos
gestores, e são eles, segundo
Paulo Kretly, que falham.
"A raiz do problema é que
70% da falta de execução de tarefas é uma questão de liderança. Existe uma falha dos líderes, que centralizam em vez de
delegar", determina.
Roberto Davini, 41, passou
pelo oposto dessa situação.
Há cinco anos, recém-contratado por uma agência de
marketing para gerir uma equipe, Davini percebeu que seus
subordinados tinham resistência a determinados processos.
Ele explica que o grupo sempre reagia de maneira pessimista, e, assim, criava barreiras
às metas estipuladas.
"Mudei uma série de normas
e mostrei a eles que era preciso
acreditar", conta Davini, hoje
diretor da Evolution Group.
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