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META EM RISCO
Solução passa por objetivo conjunto
Profissional e firma têm de definir metas comple mentar es para obter resultad o esperado
DA REPORTAGEM LOCAL
Ainda que as metas da empresa estejam explícitas, há um
fator determinante que pode
impedir o funcionário de alcançá-las: seu desejo em atingi-las.
Para a professora da FIA
(Fundação Instituto de Administração) Tânia Casado, especialista em comportamento organizacional, foi-se o tempo em
que o trabalhador tinha como
seus os objetivos da empresa.
"Se as metas não estiverem
alinhadas às das pessoas, não
serão atingidas", diz, acrescentando que os profissionais "estão percebendo que as antigas
relações de trabalho não funcionam mais, estão mais cientes de seus objetivos pessoais".
Do ponto de vista comportamental, esclarece Casado, tem
havido uma mudança brusca
ultimamente. "As pessoas estão compreendendo -e sorte
dessas- que precisam cuidar
de seus interesses", considera.
Com isso, o jogo corporativo
se inverte. "Em vez de a empresa dizer as metas que quer que
sejam cumpridas, o empregador deve perguntar quais são as
expectativas do funcionário e
alinhar umas às outras", diz.
Há casos em que as duas expectativas caminham juntas.
No varejo, por exemplo, as
regras são claras: é preciso vender mais para ganhar mais.
Nesse universo, Cristiane Samagaio, 34, freqüentemente
atinge o dobro do resultado exigido pela Viamar, concessionária em que trabalha há 13 anos.
As metas mudam mensalmente, e o sucesso, destaca,
está vinculado ao desempenho
individual e ao do grupo. Mas,
em geral, quem duplica os resultados do objetivo proposto
recebe 20% do lucro do produto; quem só chega a ele, 5%.
"É uma preocupação, mas
não "bitola" minha vida", diz.
Ela reconhece, no entanto, que
dia de folga é dia de trabalho:
"Não meço esforços".
Causa própria
Segundo Casado, as discussões sobre o rumo da carreira
competem cada vez mais ao
funcionário. As metas pessoais,
sinaliza ela, ultrapassam o âmbito corporativo. "Mesmo que
o trabalhador esteja inserido
nos planos da companhia, sua
reflexão vai além dos paradigmas da organização", aponta.
É com um planejamento estratégico em mãos que Roseli
Garcia, 45, gerente de negócios
da Associação Comercial de
São Paulo, guia as metas da
equipe e de sua carreira.
"Reflito sobre minhas ações e
faço um diagnóstico de desempenho", conta. E pondera:
"Quando se sabe o objetivo a
atingir, tudo funciona melhor".
Tipos
Estudo feito em 42 países pela professora Tânia Casado e
por um grupo de pesquisadores
mapeou estratégias profissionais para subir na carreira.
Foram identificados três
grupos, delimitados pela relação entre o trabalhador e as
metas que tem a cumprir: os organizacionalmente benéficos,
os auto-indulgentes e os destrutivos.
"Nós [brasileiros] somos auto-indulgentes", define Casado.
É nossa herança portuguesa,
diz, o que confere esse perfil.
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