São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2004

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SUA CARREIRA

Mulheres dão o tom em turismo de negócios

DA REPORTAGEM LOCAL

Em cima do salto, elas parecem ter o dom de receber. Talvez por isso os mercados de eventos e de turismo de negócios estejam sendo invadidos por profissionais do sexo feminino. Para tirar a dúvida, basta ir a um congresso e conferir o "time principal": com certeza haverá mais mulheres do que homens em campo.
"Nesse tipo de evento [congresso], elas de fato predominam. São a mãos-de-obra mais contratada", comenta Jorge de Souza, 53, diretor da Couromoda e vice-presidente da Ubrafe (União Brasileira dos Promotores de Feiras).
Para ele, o bom desempenho na função está ligado a algumas características típicas do comportamento feminino. "A sensibilidade é diferente. Elas estão mais atentas aos detalhes e, principalmente, às minúcias de relacionamento", observa Souza.
Na administração da Francal, de um total de 10 gerentes 8 são mulheres. Elas ocupam todas as posições de comercialização e de comunicação. Além disso, na hora de selecionar os trabalhadores temporários para atuar durante um evento, a média é de 70% de mulheres contra 30% de homens, de acordo com dados da empresa.
"São várias as razões. No geral, elas são mais flexíveis para negociar do que eles. E, até por uma questão de cultura, vários postos do setor, como os de recepção, de digitação e de tradução, acabam sendo mais femininos", comenta Sâmia Hannouche, 40, diretora de comunicação da Francal.
A diretora ressalta, entretanto, que não dá para adotar um perfil totalmente "mocinha" na hora da labuta. "Tem de assumir características masculinas também, como firmeza. Lida-se com muitos homens nessas funções", ensina.

Modelos e flores
Foram os olhos das colaboradoras da Francal que rastrearam vários detalhes preciosos para dar um charme a mais aos bufês dos eventos realizados pela empresa.
Por exemplo, contratar modelos masculinos para trabalhar como garçons. E ainda vesti-los com as cores do evento -que, aliás, combinam com as das flores que decoram as mesas. "É claro que essas idéias só surgem na cabeça da gente, né?", diz Hannouche.
Na empresa promotora de feiras Alcântara Machado, a presença masculina ainda supera a feminina, mas o quadro vem dando claros sinais de mudança ao longo dos últimos quatro anos.
"Tínhamos 30% de mulheres em 2000 e hoje já são 40%", revela o diretor de operações, Anselmo Martins. "O trabalho mais pesado, de execução da montagem, acaba sendo feito mesmo pelos homens", acrescenta.
(TATIANA DINIZ)


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