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Chefe inacessível reduz possibilidade de conversa
Sem comunicação, há quem recorra a e-mail e recado deixado com colega
DE SÃO PAULO
Ainda que procurem seguir as boas práticas na hora
de comunicar sua saída, há
quem se depare com barreiras pouco convencionais.
Uma semana antes de assumir as novas funções em
uma firma do ramo de construção civil, a secretária-executiva Adriana*, 34, soube
que parte do combinado não
seria cumprida.
O pagamento, por exemplo, sofreu redução de 20%.
"Já comecei a trabalhar sem
vontade nenhuma", diz.
Nos primeiros dias, percebeu que a empresa era desorganizada e que os sócios
nunca eram encontrados para tratar dos assuntos do escritório. Decidiu buscar uma
nova colocação.
Um mês depois, encontrou
outro emprego. Só que não
conseguia achar os chefes
nem mesmo para comunicar
a decisão de sair da empresa.
"Tentei ligar várias vezes,
sem sucesso", assinala.
Ela complementa que, nas
vezes em que os encontrava
no escritório, eles não estavam disponíveis para conversar. A alternativa foi mandar um e-mail, que, segundo
ela, foi ignorado.
"Reenviei a mensagem
perguntando se eles haviam
recebido e a resposta foi que
conversaríamos naquela noite. Eles nunca chegaram."
NO CARTÓRIO
O caso é parecido com o do
orçamentista José Roberto
Machado, 44. A empresa na
qual trabalhava passava por
um momento de crise e o gestor a quem ele respondia estava sempre em reunião.
"Como eu não era contratado, deixei um recado com um
colega", comenta.
Funcionários registrados
no regime da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) encaram um cenário mais complexo, pois precisam ter baixa na carteira de trabalho.
Para casos em que houver
dificuldade em encontrar os
chefes, o advogado Demétrio
Jorge, do escritório Bornholdt Advogados, orienta
encaminhar a carta de demissão por meio de um cartório de títulos e documentos.
Uma cópia pode ser mandada ao sindicato.
"A empresa pode afirmar
que não recebeu o e-mail",
pondera Jorge.
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