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Muito trabalho e bastante dinheiro por poucos meses
DE SÃO PAULO
Rafael Jukoski, 38, está no
mercado de computação gráfica há dez anos em Brasília.
Em 2010 resolveu aceitar pela primeira vez um convite
para trabalhar em campanha
eleitoral, nos programas de
TV de Joaquim Roriz, candidato ao governo do Distrito
Federal.
Segundo Jukoski, a procura por computação gráfica
nesse período do ano diminui de forma significativa para quem não trabalha com
programas eleitorais.
O dinheiro é o ponto positivo. Ele dobrou seus lucros no
período. Jukoski tem recebido de R$ 15 mil a R$ 20 mil
por mês, mas afirma que isso
não é muito se comparado ao
que pagam em campanhas
presidenciais.
O maior problema, diz Jukoski, é o excesso de trabalho. "Você trabalha dois meses em tempo integral. Precisa esquecer um pouco a família e a vida. Fico muito tempo
preso a uma coisa só, por isso
a "grana" é um pouco maior."
NA TV
Camila Lopes, 22, formou-se em jornalismo há um ano e
não conseguiu emprego na
área. Desde então dá aulas de
inglês por R$ 200 ao mês.
Quando começaram as
mobilizações para as eleições, Lopes foi chamada por
um amigo para integrar a
equipe de produção dos programas de TV dos candidatos
do PSOL do Rio de Janeiro.
O trabalho começou em julho e dura até o final das eleições. "Vale a pena para conhecer. No momento que estava vivendo, valeu também
pelo dinheiro", diz a jornalista, que não pretende trabalhar em outra eleição.
Marcelo Toledo, 35, é sócio
do escritório de advocacia
Malheiros, Penteado, Toledo
e Almeida Prado, especializado em direito eleitoral. Às
vésperas das eleições, o escritório efetivou um de seus
estagiários e contratou outro.
Ele diz que a carga de trabalho aumenta muito durante o período eleitoral. "Temos
trabalhado mais de 12 horas
diárias, incluindo sábados,
domingos e feriados, pois os
prazos vencem também no
domingo pela manhã e no
domingo à noite. Não existem pessoas que se sujeitem
a isso o ano inteiro."
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