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Índice de escolaridade cresce entre deficientes
Trabalhadores com ensino médio ou mais passam de 53% para 55%
DA REPORTAGEM LOCAL
Das 323.210 pessoas com deficiência no mercado de trabalho, 179.161 -ou 55,4%- têm
ensino médio, curso superior,
mestrado ou doutorado, segundo os dados da Rais 2008.
O índice é dois pontos percentuais superior ao registrado
no levantamento de 2007, no
qual 53% das pessoas no mercado tinham deficiência.
A consultora da Accenture
Flavia Rodrigues, 32, que tem
deficiência auditiva severa, está
entre esses trabalhadores. "Para mim, a deficiência não é impedimento, e sempre busco
formas de me superar", diz ela,
que se formou em estatística e
hoje coordena uma equipe em
um projeto de banco de dados.
O arquiteto Alexandre Ohkawa, 29, concorda que a deficiência não é barreira. Mas a
alta escolaridade não impediu
que permanecesse um ano e oito meses desempregado.
Depois de se formar, em
2001, fez curso de fotografia e
passou seis meses em Londres
para aperfeiçoar o inglês enquanto não conseguia uma
oportunidade em sua área.
Para ele, a informação "deficiente auditivo oralizado" em
seu currículo era um obstáculo
à contratação. "Mesmo me expressando bem e com projetos
bacanas no portfólio, as pessoas tinham resistência."
Há três anos, no entanto, foi
chamado pela Cnec, onde desenvolve projetos de usinas hidro e termelétricas. "O trabalho me deu mais autoconhecimento profissional, como organização e disciplina", afirma.
"É muito pouco o que essa
população exige", destaca a superintendente de obras e responsável pelo programa de inclusão na companhia, Maria
Tereza Fernandes de Campos.
E completa: "Os benefícios são
imensos -há até aumento da
flexibilidade de toda a equipe".
Escolaridade
Apesar de a maior parte dos
profissionais ter ao menos ensino médio completo, o gerente
de inclusão e capacitação da
Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência), Marcelo Vitoriano, explica
que muitas pessoas têm defasagem grande em relação à escolaridade -"daí a necessidade
de capacitação".
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