São Paulo, domingo, 30 de março de 2008

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À SOMBRA DA CONCORRÊNCIA

Área cuida também da segurança da informação

Objetivo da contra-inteligência é proteger conhecimento estratégico

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao lado da coleta e da análise de dados da concorrência e do mercado está a proteção do conhecimento produzido a partir das informações adquiridas.
A atividade, também conhecida como contra-inteligência, é feita tanto por profissionais de inteligência de mercado, que cuidam da análise da informação, como por gestores de segurança patrimonial.
"A contra-inteligência prevê a proteção de informações estratégicas da empresa que, às vezes, são divulgadas, sem intenção de prejuízo, pelos próprios funcionários da companhia", descreve Jorge Bitencourt Castilho, da Bunge.
Para evitar o vazamento da informação, o profissional treina a equipe e ensina os funcionários a fugir do assédio de colegas em momentos como happy hours, segundo o coronel José Olavo Coimbra de Castro, diretor técnico da Deligi Inteligência Empresarial.
"É importante dizer que eles não podem comentar algumas ações da companhia nem para a sogra, porque ela pode contar para um, que fala para outro, e assim vai", brinca Castro.

Vazamento
De acordo com Fernando de Almeida, professor da FIA, o vazamento de informações também pode ocorrer quando um profissional, para concorrer a uma vaga em outra firma, conta aos recrutadores sobre um lançamento ou uma encomenda de pesquisa de mercado da firma em que trabalha.
"Como está em uma posição vulnerável, acaba abrindo a estratégia", aponta Almeida.
"Para evitar esse tipo de conduta, distribuímos as informações estratégicas e confidenciais somente para os setores que realmente necessitam delas," destaca Leandro Gaspar, da sanofi-aventis.

Segurança
Mas, pela complexidade dos sistemas de segurança da informação, algumas empresas optam por deixar a proteção do conhecimento da firma a cargo da mesma empresa que cuida da segurança patrimonial.
"A equipe de inteligência de mercado não tem como monitorar a entrada de pessoas no prédio e em outras extensões da empresa", afirma Alfredo Passos, professor da ESPM.
Contratado para fazer a segurança de informações de uma companhia, Edson Carvalho Bolda, 32, gestor de segurança da Partners Risks, empresa de gerenciamento de riscos, conta que descobriu que o lixo da empresa estava sendo vasculhado.
"A firma vinha perdendo diversas licitações por uma diferença de preço muito pequena. Então, percebi que as propostas impressas com qualidade ruim eram jogadas no lixo, sem que o papel fosse picado."
Em outro caso, Bolda diz ter encontrado grampos e escutas telefônicas nas salas do presidente e do diretor financeiro da empresa. "Haviam sido colocados por um funcionário da própria companhia." (MCN)



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