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À SOMBRA DA CONCORRÊNCIA
Área cuida também da segurança da informação
Objetivo da contra-inteligência é proteger conhecimento estratégico
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao lado da coleta e da análise
de dados da concorrência e do
mercado está a proteção do conhecimento produzido a partir
das informações adquiridas.
A atividade, também conhecida como contra-inteligência,
é feita tanto por profissionais
de inteligência de mercado, que
cuidam da análise da informação, como por gestores de
segurança patrimonial.
"A contra-inteligência prevê
a proteção de informações estratégicas da empresa que, às
vezes, são divulgadas, sem intenção de prejuízo, pelos próprios funcionários da companhia", descreve Jorge Bitencourt Castilho, da Bunge.
Para evitar o vazamento da
informação, o profissional treina a equipe e ensina os funcionários a fugir do assédio de
colegas em momentos como
happy hours, segundo o coronel José Olavo Coimbra de Castro, diretor técnico da Deligi
Inteligência Empresarial.
"É importante dizer que eles
não podem comentar algumas
ações da companhia nem para a
sogra, porque ela pode contar
para um, que fala para outro, e
assim vai", brinca Castro.
Vazamento
De acordo com Fernando de
Almeida, professor da FIA, o
vazamento de informações
também pode ocorrer quando
um profissional, para concorrer a uma vaga em outra firma,
conta aos recrutadores sobre
um lançamento ou uma encomenda de pesquisa de mercado
da firma em que trabalha.
"Como está em uma posição
vulnerável, acaba abrindo a estratégia", aponta Almeida.
"Para evitar esse tipo de conduta, distribuímos as informações estratégicas e confidenciais somente para os setores
que realmente necessitam delas," destaca Leandro Gaspar,
da sanofi-aventis.
Segurança
Mas, pela complexidade dos
sistemas de segurança da informação, algumas empresas optam por deixar a proteção do
conhecimento da firma a cargo
da mesma empresa que cuida
da segurança patrimonial.
"A equipe de inteligência de
mercado não tem como monitorar a entrada de pessoas no
prédio e em outras extensões
da empresa", afirma Alfredo
Passos, professor da ESPM.
Contratado para fazer a segurança de informações de uma
companhia, Edson Carvalho
Bolda, 32, gestor de segurança
da Partners Risks, empresa de
gerenciamento de riscos, conta
que descobriu que o lixo da empresa estava sendo vasculhado.
"A firma vinha perdendo diversas licitações por uma diferença de preço muito pequena.
Então, percebi que as propostas impressas com qualidade
ruim eram jogadas no lixo, sem
que o papel fosse picado."
Em outro caso, Bolda diz ter
encontrado grampos e escutas
telefônicas nas salas do presidente e do diretor financeiro da
empresa. "Haviam sido colocados por um funcionário da própria companhia."
(MCN)
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