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São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

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CAMPO MINADO

Elevado índice de desemprego leva profissionais a se tornarem mais suscetíveis a falsas vagas

Candidatos viram "presa fácil" para ciladas

Fernando Moraes/Folha Imagem
O casal Rodrigo e Patricia, que desconfiou de vaga "perfeita"


PAULA LAGO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Altas taxas de desemprego, além de lembrarem baixo cres- cimento econômico, revelam outra face do mercado: a de empresas que surgem no vácuo da busca por trabalho e que lucram agindo de má-fé.
As maneiras como essas empresas atuam são variadas -ofertas em sites de empregos, e-mails, telefonemas ou anúncios de classificados. Exatamente as mesmas usadas por empresas sérias para anunciar vagas disponíveis.
O que as difere são os objetivos. Enquanto as idôneas oferecem trabalho ou abrem o jogo quando se trata de consultorias de recolocação (cobram pelo serviço), as oportunistas têm outras metas.
Querem, por exemplo, aumentar seus bancos de currículos atraindo candidatos com vagas inexistentes, cobrar por testes psicológicos para intermináveis processos seletivos, oferecer oportunidades para cargos diferentes dos que foram anunciados.
Esse foi o caso da cantora e secretária L.V., 51 (pediu para não ser identificada). "Vi um anúncio procurando por cantores e fiquei interessada, já que é difícil encontrar esse tipo de vaga. Entrei em contato e me disseram que eu precisaria fazer um teste", conta.
"Quando perguntei como funcionava, e se era para alguma banda nova, disseram que era um festival e que eu teria de vender 250 ingressos para poder participar da seleção. Desisti na hora. Afinal, era para ser cantora ou vendedora?", questiona.
"As companhias nem sempre são claras ao publicar suas vagas, e as reclamações aumentaram bastante. Uma razão é que, fragilizado pela situação, o profissional questiona menos ao surgir uma possível vaga", analisa Gabriela Ribas Antonio, assessora técnica da Fundação Procon-SP.
O número de reclamações no órgão passou de 63 em 1998 para 278 em 2002. Embora a maioria das queixas sejam sobre consultorias de RH, o Procon inclui agências de casamento no cálculo.


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