Índice geral Equilibrio
Equilibrio
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

'É mais fácil escrever e usar a rede do que receber abraços'

"A primeira vez que fiquei de luto foi com a morte do meu avô. Senti muito, muito, e a maneira que achei de expressar meus sentimentos foi pela rede social. Foi minha maneira de homenagear meu avô e destilar o que senti.

Com a internet, no Twitter, no Facebook, você meio que está falando sozinha. Lê quem quer. Não tem o problema de ser inoportuno. Sem falar que você não está cara a cara, consegue segurar melhor, sei lá, para não chorar. Tenho vergonha de chorar na frente das pessoas.

Foi uma forma de me preservar. Foi muito mais fácil escrever e colocar na internet, não ter que dar minha cara a tapa, receber abraços.

Não me senti mais exposta, como muita gente acha. Quem não é 'heavy user' como eu pensa assim porque não tem o costume de compartilhar a vida na internet.

Eu compartilho qualquer tipo de notícia, boa ou ruim, há anos, é uma coisa normal, rotineira pra mim.

Acabei me fortalecendo mais rápido depois da morte do meu avô porque a divulgação foi ainda mais rápida. Todo mundo viu a notícia antes de eu ficar ligando. Muito mais gente me deu apoio, me senti menos solitária.

Tenho 8.000 seguidores no Twitter, mais 3.500 no Facebook. Acho legal meus posts irem para pessoas que não conheço: elas nunca me viram, mas simpatizam com o que eu escrevo, criaram intimidade com o meu perfil na rede.

Foram essas pessoas que acabaram me mandando mensagens, dizendo 'se quiser conversar, estou por aqui'. Isso fez eu me sentir mais amada, mais acalentada numa hora dessas."

Amanda Armelin, 24, gerente de projetos em tecnologia

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.