São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2007
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[+] corrida

Que fazer?

Rodolfo Lucena

Dia desses, tive a satisfação de receber a visita de um colega dos tempos do ginásio, hoje tocando violão e dando aulas na Alemanha. Depois das escarafunchadas de praxe nos tempos de antanho, ele me contou que, em setembro, será realizada uma maratona na cidadezinha em que mora, perto da Floresta Negra. E perguntou: "Se eu começar a treinar agora, quanto será que eu consigo correr na maratona?"
A resposta para meu amigo músico é fácil e simples: "Não sei, ninguém sabe. Depende de tanta coisa que só experimentando para ver".
Mas a verdadeira pergunta, que muitos me fazem e que estava por trás da indagação feita, exige comentário mais elaborado.
O que ele, pai de quatro filhos e acomodado em confortável rotina, queria mesmo saber era o que fazer para escapar da opressão dos compromissos, para conseguir dedicar um tempo a si mesmo, para ir para a rua, suar, correr.
Há receitas prontas, cálculos sofisticados sobre capacidade cardiorrespiratória, e a internet está repleta de dicas para quem deseja iniciar um programa de exercícios, sair em caminhadas, sacudir o esqueleto pelas ruas. Para não ir longe, no meu blog (www.folha.com.br/rodolfo lucena) apresento artigo de um renomado ortopedista que orienta sobre os primeiros passos para um programa saudável de atividade física.
Todos eles estão certos ou, pelo menos, têm alguma dose de razão. Mas todos, também, estão errados, pois não há receita suficiente para atender a todos e a cada um.
Por isso, minha resposta para a grande questão escondida na pergunta feita por meu amigo é: "Tente".
Experimente. Vá com calma. Não se cobre. Se fraquejar, volte e recomece mais tarde.
Já disse alguém, e repito aqui a sabedoria popular, que as maiores jornadas começam com um passo. Pode parecer simples, mas é muito difícil resolver sair de nosso mundinho confortável, protetor e, acima de tudo, conhecido.
Um passo pode ser o início de uma caminhada, a largada para uma corrida, o descortinar de um novo projeto de vida.
Mande bala.
PS.: O título desta coluna tomei emprestado da obra de V. I. Lenin, que tratava de assuntos totalmente diferentes, mas procurava responder à mesma dúvida angustiosa, que povoa nossas vidas em tantos momentos.


RODOLFO LUCENA, 50, é editor de Informática da Folha, ultramaratonista e autor de "Maratonando, Desafios e Descobertas nos Cinco Continentes" (ed. Record)
rodolfolucena.folha@uol.com.br


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