São Paulo, quinta-feira, 06 de fevereiro de 2003 |
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alecrim Esqueça o bê-á-bá e aprenda com os chefões
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Se de médico e louco todo mundo tem um pouco, em breve terá também de gourmet. A valorização da gastronomia no Brasil, impulsionada pela
chegada de chefs estrangeiros, de produtos importados e também pelo aumento da qualidade dos produtos nacionais, culmina agora em um boom de cursos de gastronomia, em que chefs renomados são convidados a ensinar os segredos da cozinha a uma platéia cada vez mais numerosa e eclética.
Só neste mês, há mais de 80 cursos sendo oferecidos em São Paulo. A
maior parte deles acontece à noite, e os temas são bem sortidos. Risoto
(um dos campeões de procura), geléias, "paella", cozinha asiática e a receita célebre de um determinado restaurante são alguns dos temas das aulas (leia, na pág. ao lado, o calendário de algumas escolas para a primeira
quinzena deste mês).
Nas cadeiras ou nos fogões das salas de aula, homens e mulheres -adolescentes, jovens casais, divorciados e das mais variadas profissões- estão
atrás de lazer. E não se exige conhecimento prévio do aluno. Você pode,
por exemplo, aprender a fazer risoto com o chef Roberto Ravioli, do prestigiado Empório Ravioli, e não saber preparar um arroz básico.
Uma das primeiras -senão a pioneira- a levar chefs famosos a uma
sala de aula para amadores foi a Escola Wilma Kovesi de Cozinha Culinária. "Wilma (a proprietária) conta que, quando começou, não havia homens fazendo o curso e que, quando eles começaram a aparecer, tentavam se justificar, morrendo de vergonha", diz Betty Kovesi Mathias, professora de culinária e filha de Wilma. Justamente com o objetivo de oferecer aulas a quem gosta do assunto,
mas não tem pretensões de seguir
carreira na área nem necessidade de
cozinhar todo dia, o Ateliê Gourmand foi inaugurado timidamente
por duas amigas, há três anos. "Com
o tempo, vimos que a demanda foi
aumentando e abrimos novos cursos.
Quem mora sozinho ou não sabe cozinhar está cansado de comer congelado e jantar fora todos os dias", diz
Heloisa Bacellar, uma das proprietárias da escola.
A aula pode durar de uma a três horas e segue uma rotina determinada.
Primeiro, uma introdução teórica.
Em seguida, cada um com seus ingredientes e seu fogão coloca a mão na
massa, preparando o prato simultaneamente com o chef. Mas nem toda
escola dispõe de fogão para aulas práticas. Nesse caso, os alunos assistem à
atuação do chef, tiram suas dúvidas,
fazem anotações e, no final, partem
para o momento degustação. Os preços é que não são lá muito doces. Variam de R$ 60 a R$ 235.
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