São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2010
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Transtornos

Depressão
AS HORAS
(2002, de Stephen Daldry)
Três personagens, um deles a escritora Virginia Woolf, contam suas vidas em diferentes épocas. Em comum, têm a depressão. O transtorno é bem retratado no filme, com a manifestação de sintomas clássicos como falta de apetite e de vontade de viver, dificuldade de concentração e tentativas de suicídio. Como a depressão se parece muito com uma tristeza que não passa, esses sinais são importantes para o diagnóstico.

Deslize
Woolf ouve vozes, sintoma pouco comum entre depressivos. A dona de casa Laura Brown foge de casa quando tem o segundo filho, uma reação pouco provável para quem está em depressão.

Transtorno bipolar
MR. JONES
(1993, de Mike Figgis)
O personagem Jones é um bom exemplo de quem sofre de transtorno bipolar, caracterizado por alterações de humor. No início do filme, ele está eufórico, desinibido, falante. É a fase maníaca: mesmo quando é internado em um hospital psiquiátrico, tudo o que faz é exagerado e espontâneo demais. Ao longo da história, vem a depressão: o personagem aparece com a barba por fazer, triste, apático, com ideias de culpa.

Deslize
Enquanto está internado e deprimido, defende a psiquiatra que é atacada por outro paciente. Ele luta coma pessoa, o que é inesperado pela falta de energia causada pela depressão profunda.

Quadro indefinido
TAXI DRIVER
(1976, de Martin Scorcese)
O taxista Travis Brickle trabalha à noite porque não consegue dormir. Tem uma vida pacata e interage pouco com colegas. Até que, aparentemente, perde a razão e acha que precisa acabar como que chama de escória de Nova York: prostitutas e traficantes, por exemplo. De concreto, tenta salvar uma prostituta de 12 anos de seu cafetão. Prepara-se para matá-lo, mudando completamente a aparência e seu comportamento.

Deslize
Apesar de parecer "muito louco", Travis não sofre de delírios ou alucinações que o levariam a agir de forma violenta. Por isso, sua transformação ao longo do filme não pode ser relacionada a nenhum distúrbio mental.

Esquizofrenia
UMA MENTE BRILHANTE
(2001, de Ron Howard)
O matemático John Nash apresenta sinais de esquizofrenia: é introvertido, isolado e não consegue se socializar. Também tem delírios visuais e auditivos: "encontra-se" comum funcionário do governo norte-americano que lhe conta sobre os planos dos soviéticos para explodir uma bomba atômica nos EUA. Nash acredita estar sendo vigiado pelos soviéticos, busca pistas em jornais e desconfia de pessoas.

Deslize
Visões não são comuns entre os esquizofrênicos. Os delírios do matemático são sistematizados e sempre estão em um contexto -o filme se passa na Guerra Fria, quando fazia sentido pensar que a União Soviética queria atacar os EUA. Mas quem sofre desse transtorno tem alucinações auditivas bizarras, sem muito nexo, impossíveis de ocorrer na vida real.

TOC
O AVIADOR
(2004, de Martin Scorcese)
O personagem do milionário Howard Hughes tem TOC (transtorno obsessivo compulsivo). Sua compulsão é por limpeza: ele lava a mão em banheiro público como sabonete que carrega de casa, não agüenta olhar para a sujeira na lapela de um homem (e até pede que ela seja limpa). A doença se agrava e ele não consegue tocarem mais nada. Para pegar qualquer objeto, precisa usar um lenço de papel.

Deslize
O filme não tem problemas, mas é muito raro um paciente chegar ao nível de obsessão do personagem.

Limítrofe
ATRAÇÃO FATAL
(1987, de Adrian Lyne)
No transtorno de personalidade limítrofe, ou borderline, a pessoa reage de forma muito emocional a conflitos. A personagem Alex Forrest tem um caso rápido com um homem casado. Quando ele termina a relação, ela passa a perseguir o examante e sua família. O filme mostra a instabilidade de humor, a dependência e as variações sobre o que o doente pensa da própria imagem.

Deslize
Como esses pacientes podem apresentar sintomas bem diferentes, é mais difícil errar. A escorregadela, nesse caso, é do personagem: fica a lição de nunca se envolver com alguém comesse tipo de transtorno.


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