DA REDAÇÃO

"Brasilessência - A Cultura do Perfume" é uma verdadeira enciclopédia sobre perfumes em forma de livro de arte. Ele revela, por exemplo, que a primeira água de rosas do mundo foi preparada pelo alquimista árabe Ibn-Sina, conhecido como Avicena (980-1073), ao isolar o perfume das pétalas em forma de óleo. A história da perfumaria é contada pela consultora de marketing Renata Ashcar desde a Antiguidade até os dias atuais e serve de pano de fundo para mostrar a trajetória dos perfumes no Brasil.
Embora os índios já usassem plantas aromáticas em rituais e os escravos tenham trazido da África o hábito de tomar banhos perfumados, a indústria de perfumes brasileira é relativamente recente e só ganhou expressão após a Segunda Guerra Mundial. Hoje, é um setor significativo, como comprova a extensa lista dos perfumes disponíveis no Brasil.
O livro vai além dos aspectos históricos e ajuda o leitor a compreender os estranhos termos geralmente usados para "explicar" uma fragrância, como as notas de saída, de corpo e de fundo, que nada mais são do que os aromas que compõem o perfume.
Há um século, existiam aproximadamente 150 ingredientes conhecidos para a composição de perfumes. Hoje, são quase mil extratos provenientes da natureza e mais de 3.000 opções sintéticas. O livro relaciona todas as matérias-primas naturais, entre elas a frésia (flor cultivada na África do Sul), a brasileira cabreúva (árvore da qual se usa a casca) e o gálbano, uma resina produzida no Irã. Combinados entre si, esses aromas formam as chamadas famílias olfativas -femininas e masculinas-, que agrupam perfumes com características em comum.