São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2004 |
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s.o.s. família rosely sayão Pragmatismo não cria laços familiares sólidos
Os vínculos familiares nunca foram considerados tão importantes na educação dos filhos e, portanto, na formação do futuro adulto quanto agora. Todos
os tipos de profissional -principalmente os da saúde, os da educação e os afins-
concordam, no mínimo, com esse ponto. E convenhamos que não é nem um pouco comum que profissionais dessas áreas encontrem consenso em seus trabalhos.
A própria família, o sujeito desse clamor geral
e também do conseqüente julgamento que isso implica, também concorda a respeito dessa
sua importância.
É dessa maneira que os pais esperam construir relações de intimidade com os filhos e dar conta de suas responsabilidades. Ah! Não se pode esquecer a importância que se dá aos afetos amorosos. Expressões verbais de amor, abraços e beijos passam a ser obrigação nessas relações. Quando crescem e se tornam adolescentes, os filhos precisam colocar limites nessas efusivas manifestações afetivas. "Menos, menos!", dizem eles, constrangidos, aos pais. Ocorre que a intimidade emocional familiar e os vínculos de pertencimento que colaboram na formação da identidade e na construção da própria imagem se dão é na troca de coisas quase invisíveis. Um sorriso na hora certa, a troca de olhares cúmplices, a contenção necessária, as advertências requeridas, o acompanhamento solidário nos momentos sofridos e o carinho sutil que dispensa espectadores, por exemplo, é que expressam o interesse real e o gosto dos pais de estarem com os filhos na saúde e na doença, nas tristezas e nas alegrias, até que a vida obrigatoriamente os separe. Com uma vida tão atribulada e com tanta praticidade disponível, é tentador imaginar e esperar que o convívio familiar seja natural conseqüência da vida em comum entre pais e filhos. Não: os laços precisam de dedicação para se estabelecerem e, mais ainda, para que se mantenham. ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha); e-mail: roselys@uol.com.br Texto Anterior: Poucas e boas Índice |
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