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Gosto varia com idade
Além do temperamento
e da cultura, a faixa etária e
o desenvolvimento intelectual também influenciam o gosto musical. Da
mesma forma que a música provoca sensações e
sentimentos diversos em
pessoas diferentes, o mesmo indivíduo pode reagir
de muitas maneiras à
mesma música em momentos distintos. Ao longo da vida, cada pessoa
passa por diversas fases
musicais.
O neuropediatra Mauro
Muszkat, 43, faz uma analogia entre música e literatura. Ambas são linguagens cuja compreensão
depende do desenvolvimento intelectual de cada
indivíduo.
A criança inicia-se na literatura com textos com
ilustrações cativantes, gramática simples e vocabulário reduzido. Da mesma
forma, a música infantil
também possui pouca
complexidade melódico-harmônica e é centrada
num ritmo cíclico, repetitivo e contagiante, explica
o neuropediatra.
À medida que desenvolve seu vocabulário, aprende as regras gramaticais e
toma gosto pela palavra
escrita, a criança procura
leituras cada vez mais
complexas. Isso acontece
também com a música:
conforme a pessoa desenvolve a compreensão dessa linguagem, gêneros que
antes não lhe agradavam
-como o jazz, a ópera ou
a música de concerto-
ganham significado e passam a lhe proporcionar
prazer.
Além disso, existe uma
necessidade de equalizar o
ritmo interno (a pulsação
e o temperamento) ao externo (do ambiente e das
situações vividas). Isso explica porque, ao envelhecerem, as pessoas sentem-se atraídas por gêneros
musicais que transmitem
tranquilidade e induzem à
introspecção.
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