São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2004
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Fim de piadas com gay

Nas festas dos amigos de trabalho, sempre apresentava o companheiro como sendo o primo. Na tradicional hora do cafezinho na empresa, evitava conversas sobre a vida pessoal. Aliás, as mulheres achavam que ele era um pobre solteirão e viviam lhe apresentando amigas.
O programa de diversidade implantado na empresa mudou um bocado a sua vida. Hoje ele até mantém na mesa de trabalho um porta-retratos com a foto do companheiro. E também já conseguiu um feito e tanto: pediu alguns dias de folga, justificando ter de cuidar do companheiro que estava doente.
C.A., de 39 anos, preferiu não ter seu nome divulgado porque lida com clientes externos e sabe como o preconceito é grande. Mas, no ambiente de trabalho, ele garante que o clima é outro. As piadinhas de mau gosto diminuíram e a reação dos colegas mudou. "Já ouvi um colega dizer que nunca pensou que teria um amigo gay", conta.
Para o executivo, o segredo do sucesso desses programas de diversidade é não impor regras, que podem facilmente ser burladas. "A melhor forma de conscientizar é mostrar compaixão com o ser humano. Esses valores devem ser discutidos de forma natural para que o preconceito não aumente", diz.


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