São Paulo, quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
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Questão de segurança

Especialistas dão dicas para ajudar a escolher brinquedos mais seguros e evitar possíveis riscos à saúde das crianças

Rafael Hupsel/Folha Imagem
Luisa Klink de Melo, 7, brinca na praça do Pôr-do-Sol, em São Paulo

AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL

Na carta para o Papai Noel, a meninada faz seus pedidos: um urso fofo, uma boneca gigante, um carrinho reluzente... Cabe aos pais acrescentar no canto da carta mais uma orientação: que o brinquedo seja seguro.
Um dos primeiros aspectos a prestar atenção é a qualidade do brinquedo. Os que são voltados para crianças até 14 anos devem apresentar o selo do Inmetro. Isso significa que o brinquedo passou por testes como os de impacto, de inflamabilidade e de mordida -para ver se a criança consegue arrancar pedaços pequenos da peça com a boca. As peças sem o selo não foram submetidas aos testes ou não foram aprovadas neles.
E não é só no comércio informal que os brinquedos sem certificação estão à venda. A "Operação Papai Noel", realizada pelo Ipem (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo) entre os dias 1º e 5 deste mês, confiscou 612 brinquedos que estavam sendo vendidos sem o selo do Inmetro em quatro lojas de São Paulo e São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Mais 495 brinquedos irregulares foram apreendidos em 11 lojas de São José dos Campos, São José do Rio Preto, Campinas e Bauru.
Para complicar, mesmo os brinquedos certificados viraram alvo de desconfiança depois que marcas como Mattel e Gulliver promoveram o recall de algumas peças. Mas, segundo Alessandra Françoia, coordenadora da ONG Criança Segura, os brinquedos à venda no país são seguros. "Depois que as peças foram recolhidas, o Inmetro avisou que seria mais rigoroso na certificação", diz.
Gustavo Kuster, gerente de regulamentação do Inmetro, ressalta que, no Brasil, a medida foi preventiva -já que aqui não houve registro de acidentes. Depois disso, conta, o Inmetro mudou as regras para a importação. Até então, era feita uma certificação no país de origem do brinquedo, e os testes eram repetidos a cada seis meses, no país produtor e no Brasil. Após o recall, a regra passou a ser testar cada lote de brinquedos que chega ao país.
Depois de o presente ser devidamente escolhido, embrulhado e colocado sob a árvore, a missão de pais e cuidadores não termina.
"O selo do Inmetro assegura que o brinquedo é resistente, que não tem materiais tóxicos. Mas não garante que a criança não irá se machucar", afirma o pediatra Tulio Konstantyner, pesquisador do projeto CrechEficiente, da Universidade Federal de São Paulo.
Depois da seleção, vêm a supervisão, a manutenção e o armazenamento, avisa a pediatra Renata Waksman, presidente do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria. "Brinquedo não é babá de criança", ressalta. Veja a seguir as dicas de especialistas para cada uma dessas etapas.


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