RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde 1997, a FDA (Food and Drug Administration, agência norte-americana que fiscaliza alimentos e remédios) reconhece que o consumo regular de aveia ajuda a reduzir a ocorrência de doenças cardíacas. No Brasil, uma pesquisa desenvolvida em setembro de 2004 comprovou que o nível de colesterol dos participantes -diretamente relacionado a essas doenças- caiu entre 5% e 15% com o consumo de flocos ou farelo de aveia durante 30 dias.
O estudo reproduz um trabalho realizado anteriormente nos EUA pela Quaker, que gerou a certificação do FDA. "No Brasil, não existia um estudo de uso da aveia para saber se reduzia o colesterol", diz Renato Romani, pesquisador do Cemaf (Centro de Estudos da Medicina da Atividade Física e do Esporte) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), responsável pela pesquisa.
Participaram do estudo 150 homens e mulheres de 18 a 55 anos, com colesterol entre 200 e 240, dos quais 126 (75%) apresentaram redução desses níveis. As pessoas que consumiram flocos de aveia ingeriram maior quantidade (100g) do que as que consumiram farelo (76g), porque a betaglucana -componente da aveia responsável pela diminuição do colesterol total e do LDL (o mau colesterol) do sangue- está mais concentrada no farelo.
Segundo Cyntia Carla da Silva, nutricionista clínica do Hospital do Coração de São Paulo, o ideal é consumir aveia em refeições com colesterol. Quem está acostumado a comer o cereal com mamão no café da manhã, por exemplo, não terá os mesmos benefícios do que aqueles que o consumirem no almoço com alimentos ricos em gordura. "A fibra diminui a absorção de colesterol se consumida com alimentos que têm colesterol", explica.
A aveia contém minerais como fósforo, potássio e ferro, vitaminas B e E, além de muitas fibras solúveis, que ajudam no funcionamento do intestino e diminuem a absorção de glicose em pessoas diabéticas.
Utilizada como alimento de homens e animais, é cultivada há pouco tempo, se comparada com cereais como o trigo. Há cerca de 4.000 anos, já era usada no norte da Europa para alimentar cavalos que trabalhavam na lavoura. Atualmente, Rússia, EUA, Canadá e Alemanha encabeçam a lista de países produtores. No Brasil, a produção concentra-se no Paraná e em Santa Catarina.
A aveia pode ser encontrada em diferentes graus de processamento. O grão tem apenas a casca removida e precisa ficar de molho antes de ser cozido. Os flocos, usados na granola e nos cereais em barra, são obtidos por meio da trituração dos grãos.
Embora haja diversos tipos de aveia, a branca (Avena sativa) é cultivada em mais de 75% da área total. Enquanto sua planta se adapta melhor a climas frios e úmidos, a aveia vermelha (Avena byzantina) desenvolve-se em climas quentes e úmidos.


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