São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2007
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INGREDIENTE

Látex do sapotizeiro serve para fazer chiclete

RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mesmo adaptado a todas as regiões de clima tropical, incluindo uma longa faixa que se estende do sul do Estado de São Paulo ao extremo norte do país, o sapoti permanece desconhecido da maioria dos brasileiros.
"Trata-se de uma cultura nova comercialmente, muito explorada em quintais ou em pequenos pomares inclusive como planta ornamental", explica o pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Antonio Teixeira Cavalcanti.
Com mais de 15 metros de altura e copa frondosa, é natural que essa árvore originária da América Central desperte tal interesse. Além disso, sua madeira é utilizada na criação de móveis, e o látex extraído de seu tronco e de seus ramos é utilizado no fabrico da goma de mascar. "No Brasil isso não ocorre porque a produção é insuficiente, mas México e Estados Unidos fazem chiclete com esse látex, cujas propriedades farmacológicas são bastante indicadas", afirma Cavalcanti.
O fruto -que chegou ao país no século 18 e cujo nome é derivado do asteca "tzapotl"- possui casca marrom, fina e áspera, e polpa mole e amarronzada. Suas sementes são pretas e brilhantes. Rico em açúcar, é apreciado em sucos, sorvetes, cremes, pudins, doces e geléias, principalmente no Nordeste. "No Ceará, a irrigação permite uma produção contínua ao longo do ano, com picos nos meses de novembro e março", diz o pesquisador. A Índia é o maior produtor mundial da fruta.
Por ser bastante sensível, o sapoti perde qualidade rapidamente e precisa ser colhido ainda verde, por meio de torção. Depois, deve ser lavado e colocado em local fresco para amadurecer adequadamente.
Segundo o pesquisador da Embrapa, as diversas variedades encontradas em território nacional ainda não estão bem definidas, diferentemente do que ocorre na Ásia e nos Estados Unidos. Em 2003, após dez anos de pesquisas em melhoramento genético, a Embrapa lançou duas cultivares (variedades híbridas) da mesma espécie, sapoti ipacuru e sapota tropical. O primeiro é menor e possui forma ovalada, enquanto a sapota tem formato redondo. Em sua composição, encontram-se vitaminas B1, B2 e C, além de cálcio, ferro e fósforo -e em cada 100 gramas da fruta há 96 calorias.

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O NOME SAPOTI DERIVA DO ASTECA "TZAPOTL"



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