|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INGREDIENTE
Látex do sapotizeiro serve para fazer chiclete
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mesmo adaptado a
todas as regiões de
clima tropical, incluindo uma longa
faixa que se estende do sul do
Estado de São Paulo ao extremo norte do país, o sapoti permanece desconhecido da maioria dos brasileiros.
"Trata-se de uma cultura nova comercialmente, muito explorada em quintais ou em pequenos pomares inclusive como planta ornamental", explica
o pesquisador da Embrapa
(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Antonio Teixeira Cavalcanti.
Com mais de 15 metros de altura e copa frondosa, é natural
que essa árvore originária da
América Central desperte tal
interesse. Além disso, sua madeira é utilizada na criação de
móveis, e o látex extraído de
seu tronco e de seus ramos é
utilizado no fabrico da goma de
mascar. "No Brasil isso não
ocorre porque a produção é insuficiente, mas México e Estados Unidos fazem chiclete com
esse látex, cujas propriedades
farmacológicas são bastante indicadas", afirma Cavalcanti.
O fruto -que chegou ao país
no século 18 e cujo nome é derivado do asteca "tzapotl"- possui casca marrom, fina e áspera,
e polpa mole e amarronzada.
Suas sementes são pretas e brilhantes. Rico em açúcar, é apreciado em sucos, sorvetes, cremes, pudins, doces e geléias,
principalmente no Nordeste.
"No Ceará, a irrigação permite
uma produção contínua ao longo do ano, com picos nos meses
de novembro e março", diz o
pesquisador. A Índia é o maior
produtor mundial da fruta.
Por ser bastante sensível, o
sapoti perde qualidade rapidamente e precisa ser colhido ainda verde, por meio de torção.
Depois, deve ser lavado e colocado em local fresco para amadurecer adequadamente.
Segundo o pesquisador da
Embrapa, as diversas variedades encontradas em território
nacional ainda não estão bem
definidas, diferentemente do
que ocorre na Ásia e nos Estados Unidos. Em 2003, após dez
anos de pesquisas em melhoramento genético, a Embrapa
lançou duas cultivares (variedades híbridas) da mesma espécie, sapoti ipacuru e sapota
tropical. O primeiro é menor e
possui forma ovalada, enquanto a sapota tem formato redondo. Em sua composição, encontram-se vitaminas B1, B2 e C,
além de cálcio, ferro e fósforo
-e em cada 100 gramas da fruta há 96 calorias.
[...]
O NOME SAPOTI DERIVA DO ASTECA "TZAPOTL"
Texto Anterior: Correio Próximo Texto: Salada de frango e sapoti Índice
|