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Emagrecer agora é assunto de homem
Na Europa e principalmente nos Estados Unidos, os famosos começam a tornar públicas suas vitórias contra a balança
DO "NEW YORK TIMES"
Pelo menos desde que a jovem e bela Lily Bart preocupou-se em manter um porte delgado no romance de 1905 "The House of Mirth" (A Casa da Felicidade), de Edith Wharton, discutir dietas tem sido assunto de mulher. Agora isso está mudando. Vários homens famosos recentemente tornaram pública sua vitória contra a balança em livros, entrevistas e em eventos de moda.
Karl Lagerfeld, o antes corpulento estilista que emagreceu cerca de 40 kg, foi o assunto de Paris nas últimas duas estações, exibindo seu corpo reduzido nas passarelas. No próximo mês, ele e seu médico, Jean-Claude Houdret,
lançarão, na França, um livro chamado "3D" -D de designer, doutor e dieta.
O ex-"bon vivant" Art Cooper,
editor-chefe da revista masculina
"GQ", que perdeu cerca de 25 kg
desde janeiro, transformou sua
saga em crônica em sua coluna
("Estou sempre sóbrio e com fome", escreveu ele em março). Na
semana passada, na festa do 45º
aniversário da revista, em Nova
York, ele zanzou triunfante em
um terno de Ermenegildo Zegna.
Cooper foi estimulado a tomar
uma atitude em relação ao peso
por outro preeminante seguidor
de dietas, o agente literário de
Londres Ed Victor, cuja perda de
cerca de 22 kg rapidamente o levou a escrever "The Obvious
Diet" (A Dieta Óbvia). O livro foi
publicado no ano passado, no
Reino Unido, e deve ser lançado
nesta semana nos EUA.
No mundo de Cooper, Victor e
Lagerfeld, o status de peso pesado
era tanto literal como figurado.
Para homens como eles, no topo
de suas áreas de atuação profissional, um físico pesado não tinha
necessariamente a mesma conotação que tinha para uma mulher:
podia ser visto como um sinal de
poder. Homens poderosos como
o rei Henrique 8º e o ex-primeiro-ministro Winston Churchill, ambos ingleses, ocupavam bastante
espaço.
Hoje a cintura elegante vence a
barriga majestosa. David Zinczenko, editor da revista "Men's
Health", acredita que um fator
que contribui para esse novo clima, em que o emagrecimento
masculino é discutido em público, é o fato de que, hoje, existem
mais americanos com excesso de
peso ou obesos do que nunca
-61%, de acordo com os médicos. Essa má notícia está por trás
das novas e difíceis diretrizes lançadas na semana passada pelo
Instituto de Medicina, um órgão
do governo dos Estados Unidos,
que recomendam que os adultos
pratiquem pelo menos uma hora
de exercícios por dia para manter
a saúde e o peso.
"Ser magro é o novo elitismo",
diz Zinczenko. "Hoje a magreza
mostra que você é mais rico, mais
esperto e mais bem-sucedido que
as massas obesas. Como nosso estilo de vida e de alimentação nos
deixam gordos, uma pessoa precisa ser mais esperta e mais determinada para permanecer magra.
Então dizer aos outros que você
emagreceu é como falar "eu consigo passar a perna no mundo, posso derrotar o sistema"."
Mas, apesar de aparentemente
os homens estarem mais abertos
às dietas, a maioria precisa de um
bom empurrão antes de considerar a idéia de emagrecer. Médicos
e especialistas em emagrecimento
dizem que, como o homem é menos capaz de perceber que está
acima do peso que a mulher, ele
frequentemente atinge a obesidade antes de perceber que tem um
problema.
"As mulheres olham para si mesmas no espelho e acham que
tudo está errado. Os homens se olham e vêem perfeição", afirma
Cooper.
Porém, quando os homens percebem o problema, eles são mais bem-sucedidos no emagrecimento que as mulheres. Karen Miller-Kovach, pesquisadora-chefe dos
Vigilantes do Peso, diz que, de acordo com uma pesquisa da sua
organização, quando os homens escolhem fazer algo pelo seu peso,
"eles declaram guerra, se tornam absolutamente focados".
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