São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2003 |
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Congresso aponta novidades em contracepção; estudo americano mostra que sintomas femininos de infarto são diferentes Viver mais e melhor é tema de encontro sobre mulher DA REPORTAGEM LOCAL
Proporcionar longevidade para a mulher,
porém com qualidade de vida, por meio
da prevenção de doenças e do acompanhamento sistemático ao longo dos anos, do parto
até a pós-menopausa. Esse foi o principal conceito discutido no 17º Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia, um dos mais
importantes da área, realizado em Santiago,
no Chile, na semana passada.
A preocupação em contribuir com o bem-estar da mulher culminou no desenvolvimento de várias técnicas e diversos medicamentos,
diz o professor de ginecologia e obstetrícia da
USP (Universidade de São Paulo) Vicente Renato Bagnoli, que participou do congresso e
conta aqui as novidades discutidas.
Para as mulheres em período fértil, os métodos contraceptivos -pílula, adesivos subcutâneos e injetáveis- ganham versões menos
agressivas, com carga hormonal bem menor.
"E reduzir o nível hormonal significa reduzir
também os efeitos colaterais", diz Bagnoli.
Uma novidade na área dos anticoncepcionais é o lançamento -simultâneo no congresso e no Brasil- da versão subcutânea do
contraceptivo injetável à base de acetato de
medroxiprogesterona. "Essa nova versão possibilita a mulher a fazer a aplicação em casa; o
outro ponto positivo é o seu preço, bastante
acessível", diz o médico.
Sobre outra etapa do ciclo da mulher, a maternidade, o exame pré-natal cada vez mais é
valorizado e tem seu caráter preventivo reforçado. "A tecnologia disponível atualmente
nos permite fazer o diagnóstico de doenças
que acometem o bebê ainda na barriga da
mãe", diz. "E não é só isso. Algumas doenças
podem ser tratadas, com cirurgias inclusive,
ainda na barriga da mãe", completa.
Procedimentos como esses tornam possível
que uma criança que sofra de uma disfunção
metabólica, por exemplo, tenha, desde seu
nascimento, o acompanhamento adequado.
"Além disso, estamos preocupados também
em intensificar ainda mais o acompanhamento e a assistência pré-natal".
"Fora isso, a necessidade e as vantagens de
se realizar um parto mais humanizado, que já
foram bastante discutidas em todo o mundo,
continuam em debate. Afinal, proporcionar à
mulher um parto tranquilo é uma das nossas
prioridades", afirma Bagnoli.
Mais tranquilidade. Essa é também uma das
vertentes no tratamento de doenças como o
câncer, discutidas no congresso. "Hoje, temos
a possibilidade de curar um câncer após fazer
um diagnóstico precoce. Isso é importante. É a
tecnologia trazendo tranquilidade para o tratamento, o que nos possibilitar fazer uso de
técnicas menos agressivas", diz.
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