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O que os especialistas oferecem para quem quer se prevenir e para quem quer remediar as marcas do tempo no pescoço
"Osso" da dermatologia denuncia qualquer idade
RENATA GONÇALVES - FREE LANCE PARA A FOLHA
A maioria das pessoas não presta a menor atenção ao pescoço. E, quando os
sinais do tempo nessa parte do corpo começam a incomodar, muitas vezes já é tarde demais para remediar.
O pescoço e as mãos são as regiões do corpo em que é
mais difícil disfarçar o avanço da idade. "Costumo dizer
que o pescoço é um "osso" por causa da dificuldade em
tratá-lo", diz Valéria Petri, professora do departamento
de dermatologia da Unifesp.
Os primeiros sinais de envelhecimento aparecem aos
26 anos nas mulheres e aos 30 nos homens. E o melhor
tratamento é o preventivo: passar no pescoço, todos os
dias, o mesmo filtro solar usado no rosto e também hidratá-lo sempre.
Para voltar atrás no tempo, não existem técnicas milagrosas. Mas há uma boa gama de tratamentos dermatológicos que disfarçam as marcas da idade no pescoço. A
advogada Sandra Assali, 45, por exemplo, recorreu ao
Botox (substância que paralisa temporariamente os
músculos) e à estimulação por microcorrentes. "Eu faço
Botox há três anos e, atualmente, uso também um aparelho de microcorrentes, que dá pequenos choques. Sinto a pele mais firme a cada sessão."
Quem não tem paciência para encarar inúmeras idas
ao consultório dermatológico pode optar pela cirurgia
plástica, indicada para pessoas acima dos 40 anos. Segundo o cirurgião plástico Ewaldo Boliva de Souza Pinto, professor de pós-graduação da Faculdade de Medicina Santa Cecília (Santos), a plástica no pescoço não tem
contra-indicações. É feita com anestesia local e demora,
no máximo, três horas. Segundo Boliva, o paciente fica
três dias com um curativo e, após uma semana, já pode
retornar ao trabalho.
Se a pessoa tiver muita papada, Boliva recomenda que
a cirurgia tradicional (em que o músculo do pescoço é
cortado e esticado) seja acompanhada de lipoaspiração
para retirar a gordura e lifting para retirar a pele que ficou sobrando. "Se optar só pelo lifting, o pescoço poderá
"despencar" novamente em seis meses", diz ele.
O chefe do departamento de cirurgia plástica da Unicamp, Cássio Raposo do Amaral, afirma que os pacientes que realizam as três cirurgias conseguem manter os
resultados, em média, por dez anos. "Quando há muita
gordura, a lipoaspiração é essencial. Mas, em alguns casos, apenas um lifting cervical resolve o problema."
O engenheiro Eduardo Ferrare optou pela cirurgia tripla e se livrou de dois problemas: a papada e a gordura.
"O peso do pescoço aumentava o ronco, e minha esposa
não aguentava mais", diz ele. Três dias após a cirurgia,
voltou ao trabalho, e quase ninguém notou a diferença.
"Homem não presta muita atenção nesse tipo de coisa."
A aposentada Lea Levi, 70, fez sua primeira plástica no
pescoço aos 52 anos. Agora, estimulada pelo namorado
mais jovem, resolveu repetir o procedimento. "Não ligo
para idade. O importante é sentir-se bem. Vale à pena
sofrer um pouquinho de dor para ser feliz", diz.
Já a dermatologista Valéria Petri é cética em relação
aos efeitos de cirurgias e técnicas paliativas. "O botox
não vale a pena, é caro (cerca de R$ 1.000), pouco eficaz
nessa região e dura, no máximo, seis meses. E a plástica,
quando malfeita, pode prejudicar os movimentos. Por
isso é essencial escolher um profissional qualificado."
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