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Nódulos nos seios ganham técnica não-invasiva de investigação
Biópsia fora do hospital e sem cicatriz
DA REDAÇÃO
Mulheres que devem ser submetidas a biópsia devido a suspeita de câncer de mama não precisam mais ser hospitalizadas nem tomar anestesia geral. Um novo aparelho, o mammotome, retira amostras do tecido dos seios no próprio consultório médico, usando apenas anestesia local.
O procedimento dura menos
de 30 minutos, e a paciente não
precisa levar pontos porque a incisão para a retirada dos tecidos
tem apenas 3 mm. Na biópsia tradicional, a incisão chega a medir 4
cm. Além de não deixar cicatriz, a
biópsia com o mammotome afasta qualquer possibilidade de deformação do seio porque retira o
mínimo de tecido necessário.
"O mamotome tem eficácia superior a 99% e a vantagem de ser
minimamente invasivo porque
não exige hospitalização, dispensa anestesia geral e não deixa
marcas", afirma o mastologista
Claudio Kemp, do Lego (Laboratório Especializado em Ginecologia e Obstetrícia), um dos três institutos particulares que já dispõem do aparelho em São Paulo.
Dois hospitais públicos, o Pérola Byington e o Hospital das Clínicas, também possuem o mammotome.
O aparelho é composto por
uma cânula (espécie de agulha),
de forma e tamanho semelhantes
aos de um canudo de refrigerante,
acoplada a um pequeno bisturi e
um motor de sucção. Antes de fazer a incisão, o médico usa a mamografia que identificou o nódulo para determinar, com a ajuda
de computadores, a localização
exata do tecido que será retirado e
indicar o caminho que será percorrido pelo mammotome.
Uma vez lá dentro, a cânula suga o tecido, e o bisturi circular faz
um pequeno corte. O sistema de
sucção é ativado novamente, levando o tecido para fora. "O procedimento pode ser repetido
quantas vezes for necessário,
sempre causando o mínimo de
trauma possível", diz Kemp.
O diagnóstico preciso e veloz
aumenta as chances de cura do
câncer de mama, que é a segunda
causa de mortes entre mulheres
no Brasil. Se diagnosticados na fase inicial, 90% dos tumores são
curáveis.
Pesquisas norte-americanas
mostram que tumores diagnosticados e tratados antes de atingir 1
cm têm menos de 10% de probabilidade de reaparecer nos 16
anos seguintes. "O diagnóstico
precoce é fundamental para aumentar as chances de cura. O
mammotome ajuda, mas o mais
importante é a realização do auto-exame", alerta Kemp.
Esse exame deve ser feito a cada
dois meses, logo após a menstruação. A mulher deve observar se há
sinais de secreção nos mamilos,
alteração no tamanho, na forma e
no contorno dos seios. Também
deve apalpar a mama com movimentos circulares à procura de
eventuais nódulos. Apesar de ser
uma ferramenta básica de detecção, o auto-exame não substitui a
mamografia, que precisa ser feita
anualmente após os 35 anos.
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