São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 2002
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As armas do paciente

A batalha contra a dor envolve o conhecimento de especialistas de diversas áreas, como neurologistas, anestesistas, fisiatras, psicólogos, psicanalistas, acupunturistas e massagistas.
"Sem uma equipe multidisciplinar, é impossível tratar a dor crônica como se deve", diz a anestesista Lilian Hennemann, do departamento de dor do hospital universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Isso porque o tratamento da dor crônica vai além da prescrição de medicamentos. "É preciso desenvolver estratégias de enfrentamento. Quem pensa que o remédio resolve tudo e que o médico é o senhor das soluções esquece que a sua participação ativa no combate à dor é fundamental", diz Manoel Jacobsen, chefe do Centro da Dor do HC.
Como participação ativa, entende-se que o doente deve sair da cama. "O repouso é contra-indicado na grande maioria dos casos de dor. A imobilização do paciente causa depressão e reforça a condição de mal-estar. A pessoa precisa conviver com a sociedade, ter atributos intelectuais e sociais, o que garante um reforço no psiquismo", diz Jacobsen. Daí a importância de programas biopsicossociais, que exigem a atuação de diversos profissionais.
Se, em muitos casos de dor aguda, os analgésicos e antiinflamatórios resolvem, em casos de dores crônicas é quase sempre necessário tratar o paciente com dois ou três medicamentos do tipo adjuvantes. Os anticonvulsivos, os antidepressivos e os neurolépticos são alguns deles e auxiliam muito no tratamento, afirma Sandra Caires Serrano, da Central da Dor do Hospital do Câncer de São Paulo.
Mas a grande novidade são os opióides -ou analgésicos morfínicos- de última geração, que liberam substâncias extremamente potentes para combater diretamente a dor. "Há hoje no mercado algumas opções de opióides que variam de acordo com o potencial de ação e com o tempo de liberação no organismo", diz Serrano.
Para quem receia usar analgésicos morfínicos por medo de desenvolver dependência aos medicamentos, há opções com índice de dependência que não passa de 1%, diz o médico João Augusto Figueiró.
Fora do campo das drogas, o tratamento inclui, como recursos bastante úteis, a aplicação de técnicas fisioterápicas como ondas curtas e estímulos elétricos, de acupuntura, alongamento, relaxamento e massagem.



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