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coluna social
Borges encontra atletas transplantados
A "Coluna Social" levou uma platéia diferenciada para assistir a
um treino do campeão de natação Gustavo Borges: pessoas que passaram por transplante de órgãos e são atletas. "Fiquei surpreso, não sabia que existia essa categoria de atleta", disse o recordista brasileiro de medalhas olímpicas.
Essa turma faz parte da Abat (Associação Brasileira de Atletas Transplantados), fundada há dois anos por Paulo
Amazonas (transplantado renal) para
organizar e divulgar as atividades de atletas transplantados no Brasil e, de quebra, ajudar a diminuir a desinformação sobre
doação de órgãos.
"Somos o segundo país em número de
transplantados no mundo. Conheço atletas uruguaios e argentinos que fizeram a
cirurgia aqui, e o Brasil foi o último país
latino-americano a solicitar vaga como
membro da Federação Internacional de
Atletas Transplantados", diz Amazonas.
Eles têm fôlego de campeão. Entre um
treino e outro, organizam a estréia dos
Jogos Pan-americanos de Atletas Transplantados no Brasil, prevista para setembro deste ano. Borges foi convidado para
fazer a entrega de medalhas. "Existem as
paraolimpíadas, com toda a grandiosidade do evento. Por que não ter a competição dos atletas transplantados que, além
de ser algo grandioso, tira as pessoas de
casa para o esporte?", afirma Borges.
Os atletas da Abat também estão se preparando para a 24ª Olimpíada dos Transplantados, que acontece em Nancy
(França), no ano que vem.
A possibilidade de participar dessa
olimpíada transformou a vida do maratonista Tetsuo Sesoko, 49, que fez transplante de rim. "Quando conheci o Paulo,
eu mal andava. Ainda não voltei a correr,
mas ando todos os dias. Vou competir no
Pan-americano e, no ano que vem, vou
correr na França."
A Olimpíada dos Transplantados é organizada pela World Transplant Games
Federation, uma federação internacional
filiada ao COI (Comitê Olímpico Internacional). Com exceção dos que receberam
transplante de córnea e medula, todos os
transplantados podem participar. As categorias esportivas são as mesmas da
Olimpíada tradicional, com exceção dos
esportes de contato, como futebol e basquete, nos quais o risco de uma contusão
é maior. "A idéia é difundir a prática esportiva, que é muito benéfica para o
transplantado, e tirar esse estigma de que
o transplantado é uma aberração. Nós só
somos diferentes porque fomos premiados com uma segunda chance de vida",
afirma Amazonas.
Mais informações sobre os Jogos Pan-americanos
de Atletas Transplantados e formulários de inscrição estão disponíveis na internet (www.amtransplantgame.com.br).
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