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GH e melatonina são tratamentos controversos
A utilização de hormônio
do crescimento (GH) e de melatonina para quadros de depressão pode surtir algum
efeito em casos específicos,
mas não há evidências suficientes sobre os efeitos positivos e a segurança de uso dessas substâncias.
"O hormônio do crescimento só deve ser utilizado
em pessoas que têm deficiência comprovada da substância. Nesse caso, pode ter efeito
benéfico nos sintomas da depressão, mas só deve ser usado com indicação e controle
médico, porque há risco de
vários efeitos indesejáveis",
afirma a endocrinologista Vânia Assaly.
De acordo com Frederico
Demetrio, do Hospital das
Clínicas de São Paulo, o déficit do hormônio de crescimento é difícil de ser medido,
porque a secreção da substância varia muito durante o dia.
"O hormônio do crescimento
tem efeitos colaterais perigosos e é usado indevidamente,
como anabolizante, por
exemplo. De fato, ele causa hipertrofia muscular, e isso inclui o músculo cardíaco, o que
pode levar a problemas no coração e ao infarto", diz ele.
O GH também pode causar
diabetes, tem interações perigosas com vários medicamentos, como os contra o câncer, e
traz riscos renais.
A melatonina é uma substância produzida naturalmente pelo corpo que regula o
ciclo sono-vigília. "A sincronização do sono pode, teoricamente, ajudar no tratamento,
já que problemas para dormir
são sintomas importantes da
depressão", afirma Demetrio.
Os efeitos especificamente
antidepressivos da melatonina também estão sendo estudados, e um medicamento para depressão que atua nos receptores de melatonina está
em fase de pesquisa.
Assaly lembra que a venda
da melatonina é proibida no
Brasil: a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
deu parecer desfavorável à
análise de eficácia e segurança do produto. No entanto,
em alguns países, como os
EUA, a melatonina é um suplemento de venda livre.
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