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poucas e boas
Técnica que reduz mortalidade de bebês
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A técnica denominada valvuloplastia, aplicada
em grávidas com problemas cardíacos, reduz a
taxa de mortalidade de bebês em 83%. Ela é seis
vezes mais segura para os bebês do que a operação tradicional, além de ser menos invasiva -é aplicada exclusivamente em gestantes com estenose mitral, estreitamento da válvula do coração, doença que atinge 2%
das mulheres grávidas no Brasil.
Esse é o resultado da pesquisa realizada pelo cardiologista José Augusto Marcondes de Souza, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O médico analisou 45 pacientes grávidas que apresentavam estenose mitral e haviam sido atendidas no Hospital São Paulo entre 1985 e 1995. Entre as 24 mulheres
que se submeteram à cirurgia, 8 perderam o bebê. Já entre as 21 grávidas que passaram pela valvuloplastia, apenas 1 perdeu o bebê.
"A valvuloplastia é uma técnica bem menos agressiva
para desobstruir essa válvula dentro do coração das
gestantes. E a grande vantagem dessa técnica é que é
realizada em apenas 40 minutos e com anestesia local",
explica Marcondes de Souza.
Na operação tradicional, bastante utilizada até o final
da década de 80, era preciso que o médico abrisse o tórax e o coração da gestante para desobstruir a válvula.
Na valvuloplastia, o cirurgião introduz, a partir do
quarto mês de gravidez, um cateter na perna da paciente e o conduz até o coração. No órgão, o médico infla
um balão colocado sob a válvula mitral, dilatando-a e
permitindo a passagem do sangue.
A estenose mitral é uma sequela da febre reumática,
doença que aparece na infância e cujos sintomas são
dores articulares e inflamação no coração. A febre reumática é responsável por 50% das complicações cardíacas durante a gravidez.
Em São Paulo, a valvuloplastia é realizada no Hospital
São Paulo e no Instituto do Coração (Incor).
(AP)
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