São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2007
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Ingrediente

Bardana é raiz farta em nutrientes

RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Da mesma família da margarida, a bardana é uma planta herbácea comum em toda a zona temperada do hemisfério norte. Sua raiz longa e delgada de textura crocante e sabor adocicado é muito apreciada pelos japoneses, o único povo que consome a planta em larga escala. No Japão, onde é conhecida por "gobô" e cultivada em duas variedades (com talo verde e arroxeado), costuma ser cozida junto a outros vegetais. No "kinpira", uma receita popular nas marmitas dos trabalhadores, fatias de bardana e cenoura são fritas rapidamente e depois cozidas com açúcar e molho de soja e salpicadas com sementes de gergelim.
Segundo Tsuyoshi Murakami, chef-proprietário do Kino- shita, nos restaurantes japoneses de São Paulo é mais fácil encontrá-la no "teishoku", seqüência de pratos frios e quentes que formam uma refeição completa. "No "teishoku", a bardana é servida como acompanhamento, cortada em "julienne" [tiras finas] e refogada com shoyu, pimenta dedo-de-moça e saquê doce", conta o chef. "Mas pode-se prepará-la como quiser, basta ter criatividade."

Uso medicinal
A fama de planta medicinal vem da Antigüidade; a bardana já era conhecida e utilizada pelos gregos como medicamento. Com sua ação bactericida, combatia inúmeras doenças de pele e era utilizada ainda para aliviar a dor e evitar o inchaço decorrente de picadas de insetos e de aranhas. De acordo com Rose Aielo Blanco, editora do site Jardim de Flores (www.jardimdeflores.com.br), há vários estudos que comprovam suas propriedades anti-sépticas. Além desse uso, "povos orientais consomem a bardana para combater e tratar vários problemas de saúde. Raízes e sementes são ingeridas para combater cálculos renais, reumatismo e problemas na vesícula. A infusão das folhas também é utilizada com a mesma finalidade", diz.
A raiz da bardana é utilizada também pela homeopatia. Sua tintura costuma ser empregada contra afecções dermatológicas (acne, furúnculo, eczema do couro cabeludo) e nos bloqueios do metabolismo. Do ponto de vista nutricional, é rica em sais minerais e fornece proteínas, glicídios, fibras, vitaminas A, B1 e C, riboflavina e niacina. Como suas propriedades e boa parte dos nutrientes estão concentrados na casca, Blanco recomenda escová-la para remover bem a terra, mas não descascá-la. Para evitar que a raiz escureça ao ser cozida, basta deixá-la de molho na água com gotas de vinagre ou limão.


Onde encontrar
Marukai

r. Galvão Bueno, 34, São Paulo; tel. 0/xx/11/ 3341-3350 (R$ 2,50 o maço)
www.marukai.com.br

Casa Santa Luzia
al. Lorena, 1.471, São Paulo; tel. 0/xx/11/3897-5000
(preço: R$ 18,30 o quilo)
www.santaluzia.com.br



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