São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mudanças causadas por diferentes condições ambientais

Altas atitudes: sair de São Paulo (a cerca de 700 m do nível do mar) e ir para La Paz, na Bolívia (a mais de 3.000 m), por exemplo, é ter de lidar com falta de ar, tontura, irritação, enjôo, perda de apetite, insônia e leves dores de cabeça. Tudo isso é normal e leva o nome de mal agudo de montanha, uma resposta do organismo ao baixo nível de oxigênio disponível. Os sintomas tendem a durar dois dias, se a pessoa não subir mais. Durante praticamente toda a primeira semana após a chegada, o esforço do turista para respirar vai ser maior, o coração vai bater mais rápido, a distribuição de líquidos pelo corpo vai estar alterada. Tudo isso, a fim de amenizar o desgaste físico, exige moderação na atividade física. Dicas: no período do mal agudo de montanha, apesar de muitas vezes a pessoa sentir vontade de ficar parada, ela deve se movimentar com moderação. Se os sintomas persistirem por mais dias, deve retornar.
Temperaturas baixas: temperaturas abaixo de zero podem causar rachadura na pele, pois a epiderme perde umidade para, dependo do lugar, compensar o ressecamento do ar, intensificado pela presença de ventos. Em lugares úmidos, como Londres, a preocupação deve ser com resfriados. Na neve, dois minutos de exposição podem significar uma queimadura de nível médio de gravidade. Para evitar a perda de calor (hipotermia), os vasos sanguíneos se contraem (daí a pele ficar pálida), e o sangue se concentra internamente no corpo. Mas só essa ajuda do organismo não é suficiente: se a pessoa não se proteger devidamente, pode perder calor demais, chegando a desmaiar. Dicas: leve bastante roupa de frio, proteja, principalmente, as extremidades do corpo, use protetor solar e creme hidratante e não espere sentir sede para ingerir líquidos.
Temperaturas altas: muito calor e pouca ventilação podem causar a intermação (elevação da temperatura do corpo), deixando o viajante baqueado e sem ânimo. No caso de muita exposição ao sol, há risco de insolação, o que provoca cansaço intenso, moleza e, às vezes, confusão mental. Atenção para a chamada hipertermia (aumento excessivo de calor), que pode ocorrer quando a pessoa faz exercício sob sol forte, fica com o corpo quente (intermação), não transpira, fica irritada e cansada e, daí, pode desmaiar e, em casos extremos, até entrar em coma. Já quem transpira demais, fica demais sob o sol e não se preocupa em ingerir líquidos pode desidratar. Dicas: para evitar intermação, insolação e hipertermia, beba muito líquido (em média, um copo por hora), evite permanecer sob sol muito forte e refresque-se na água de hora em hora. Para evitar desidratação, beba muita água e, em casos mais agudos, tome soro. E nunca dispense chapéu e protetor solar.
Baixa umidade: viajantes que pisarem nas areias do Saara, por exemplo, podem sofrer bastante com rachaduras na pele e nos lábios. O corpo também pode perder uma quantidade expressiva de líquido para compensar a secura do ar -e porque o suor atua como protetor da pele nesses casos. Se na região ventar bastante, esse suor vai ser removido da pele, deixando-a mais exposta. As cavidades dos órgãos respiratórios tendem também a apresentar um alto nível de ressecamento, gerando, eventualmente, tosses. Justamente por causa desse ressecamento todo, quem tem asma tende a sofrer mais em ambientes desse tipo. Dicas: use cremes hidratantes, beba bastante líquido, use roupas leves, para permitir que o suor mantenha-se mais tempo sobre o corpo e não seja "levado" pelo vento.
Alta umidade: não causa muitas mudanças corporais. A principal delas é o risco de hipotermia (perda excessiva de calor). A probabilidade de a pessoa pegar um resfriado também aumenta. Vale lembrar que, em lugares com alta umidade relativa do ar (como o estado do Amapá, por exemplo), chove praticamente todos os dias. Dicas: proteja-se com roupas para evitar a perda excessiva de calor e evite tomar chuva.


Texto Anterior: Helicóptero "judia" lombar
Próximo Texto: Especialistas recomendam checar vacinas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.