São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2001
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Um objeto formidável

Uma pilha de folhas impressas, presas pelo meio e protegidas por uma capa -o livro é um objeto. Mas não é qualquer objeto. O seu formato, na opinião do professor de literatura Luís Augusto Fischer, é perfeito, e o seu design, insuperável. "Ele é tão formidável como a bicicleta", compara Fischer. "Não encrenca, não dá pane e não precisa de combustível." Esse material impresso exerce fascínio justamente porque faz a ponte entre a realidade rastejante e o entendimento que se eleva sobre ela. "Livros são objetos transcendentes", carimbou Caetano Veloso. São também objetos afetivos. O filósofo Gaston Bachelard afirmou na "Poética do Devaneio" que só consegue conceber o paraíso como uma imensa biblioteca. O "sonhador das palavras escritas", como Bachelard se denomina, imagina que a prece do leitor voraz possa se iniciar assim: "A fome nossa de cada dia nos dai hoje". Na biblioteca ideal, para o escritor Italo Calvino, devem estar até os "objetos" livros ainda não lidos: "Metade composta de livros que já lemos, e outra metade que pretendemos ler".


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