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firme e forte
Academia monta aula ao gosto do freguês
ANA PAULA ORLANDI - FREE-LANCE PARA A FOLHA
É como juntar a fome com a vontade de comer. De
um lado, estão alunos ávidos por modalidades
que fujam da monotonia e supram necessidades específicas. De outro, as academias tentam abocanhar um
público o mais diversificado possível para driblar a
concorrência crescente. O resultado são aulas, no mínimo, exóticas. Hoje, dá para aprender a surfar em
piscina coberta e malhar de forma lúdica com exercícios inspirados no picadeiro do circo. Os
alunos que não gostam de suar na esteira
podem trocar o ambiente fechado da academia por aulas de corrida ao ar livre.
Há aparelhos adaptados para portadores de vários tipos de deficiência física. E
quem luta contra a falta de tempo até no
horário de almoço pode optar por circuitos condensados, espantando a incômoda sensação de abandonar a aula no auge
da malhação.
"Criatividade e diversidade são as armas para driblar a concorrência. Quem
não fizer isso vai ficar para trás", adverte
o coordenador da Fórmula Academia,
Marcelo Capi. Leia a seguir algumas aulas
"feitas sob medida" oferecidas por academias de São Paulo.
Deficientes físicos
O Programa Mão na Roda, da Fórmula Academia,
oferece aulas de natação, musculação e
basquete para portadores de diferentes
tipos de deficiência física e mental, com
acompanhamento de professores especializados. As dependências das duas
unidades da academia foram adaptadas
com elevadores e barras de apoio. Os
aparelhos de musculação podem ser utilizados por quem anda em cadeira de rodas, e, na piscina, um elevador coloca o
aluno com problemas de locomoção
dentro da água. "As aulas de natação têm
me ajudado a aceitar meu próprio corpo
e a fazer amigos", diz o técnico em eletrônica Aluizio de Melo, 29, que ficou com
deficiência na perna esquerda por causa
da poliomielite.
Corrida ao ar livre
Algumas
academias estão resgatando o bom e velho hábito de correr em contato com a
natureza, trocando esteiras e pistas internas por aulas em parques. "É menos monótono correr 18 km em ambiente aberto
do que em esteira ou pista olímpica. Outra vantagem é que dá para criar um treino diferente a cada dia", explica Emerson
Bizan, professor do Programa Reebok de
Corrida. Tanto a Reebok Sports Club
quanto a academia Runner promovem
aulas durante a semana no parque Ibirapuera e aos sábados na USP. Os alunos
são executivos, estudantes e donas-de-casa que querem gastar calorias de forma
dinâmica e longe do ar-condicionado.
"Dentro da academia, eu me sinto enlatado e não ouço o canto dos passarinhos",
diz o engenheiro Pierre Rosa, 49.
Upper gym
É um circuito fragmentado voltado para pessoas que, de tão
ocupadas, não conseguem tempo para
malhar nem mesmo na hora do almoço.
"Tínhamos três aulas diferentes e de longa duração durante o almoço, mas grande parte dos alunos fazia apenas a metade, já que chegava atrasada ou saía antes
do final por causa de compromissos profissionais. Muitos acabavam desistindo",
conta Marcelo Capi, coordenador da
Fórmula Academia. Para resolver o problema, aulas de alongamento, musculação e ginástica localizada foram condensadas em blocos de 30 minutos cada. "O
aluno opta entre fazer só meia hora ou
cumprir o circuito inteiro sem ficar com
a sensação de aula incompleta."
Surfe na piscina
Quem quer
aprender a surfar, mas mora longe do litoral, pode levar a prancha para uma piscina convencional. "É mais fácil aprender
noções básicas na piscina porque a água é
menos densa do que a do mar e não há
ondas", diz o gerente da Bio Ritmo Academia, Rogério Soares. O aluno aprende
a se equilibrar sobre a prancha e a "furar"
a arrebentação com braçadas. Surfistas
mais experientes também costumam se
exercitar na piscina em busca de condicionamento físico. Uma vez por mês, a
academia leva os alunos para surfar em
praias do litoral paulista.
Circuito acrobático
É voltado
para quem quer exercitar o corpo de forma lúdica, sem se transformar em astro
do picadeiro. "Meu objetivo é trocar a
monotonia de uma aula de musculação
pelo desafio do trapézio", conta a assistente de marketing Daniela Cretella, 26.
Apesar de contar com perna de pau e trapézio, o circuito não é uma autêntica aula
de circo. "É um circuito adaptado para
academia, em que só entram exercícios
que promovam condicionamento físico,
gasto calórico, alongamento, flexibilidade e equilíbrio", explica a professora da
Fórmula Mariana Maia.
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