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Responsabilidade individual e preocupação com o todo é mote da Willis Harman House
Instituto quer expandir a consciência humana
ANTONIO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
No número 328 da rua Lisboa, no bairro de Pinheiros,
zona oeste de São Paulo, uma simpática casa de tijolos aparentes poderia muito bem passar por consultório
médico, escola de música ou escritório de arquitetura.
Mas os nomes estampados na placa inviabilizam qualquer aposta sobre o negócio praticado no seu interior.
Neste endereço funciona a Willis
Harman House, que representa no
Brasil três grupos internacionais: a
World Business Academy (academia mundial de negócios), formada
por empresários preocupados em
discutir valores humanos dentro
das corporações; o Institute of Noetic Sciences-Ions (instituto de ciências noéticas), que realiza e apóia
pesquisas científicas sobre a natureza e o potencial da mente humana; e
o Club of Budapest (clube de Budapeste), associação que reúne artistas, escritores e líderes espirituais do
calibre do dalai-lama, do bispo sul-africano Desmond Tutu e do filósofo francês Edgard Morin, entre outros.
A proposta da entidade é servir de
ponto de encontro para reflexão e de
referência e inspiração para todos
que buscam contribuir de alguma
forma no processo de transformação global visualizado por Willis
Harman. Morto em 1997, o filósofo e
cientista americano foi o grande inspirador da instituição brasileira que
leva o seu nome.
A Willis Harman House, fundada
em 1998, reúne cerca de 1.400 pessoas, entre empresários, cientistas,
filósofos, médicos, terapeutas, educadores e artistas.
As atividades que realiza ou apóia
vão de palestras, workshops e vivências a projetos levados a empresas e
escolas e eventos realizados em universidades, entre outros locais.
"Trabalhamos valores comuns,
como responsabilidade individual,
preocupação com o todo e transparência nas atitudes, entre outros,
mas utilizando três linguagens diferentes. Com isso conseguimos chegar a um ponto de convergência,
que é mostrar que somos responsáveis não só pelos nosso atos, mas pela consequência deles; o que fazemos sempre vai atingir o outro", explica Simone Ramounoulou, diretora-executiva da Willis.
Neurologia e oração
Um dos eventos importantes ocorridos recentemente foi a palestra ministrada
pelo presidente do Ions, o administrador de empresas norte-americano Wink Franklin, em passagem pelo Brasil no começo de abril.
Ele falou para neurologistas da
Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo). Além de esclarecer os
preceitos do Ions, apresentou resultados de pesquisas sobre cura e oração. "Estamos começando as primeiras conversas sobre o que deve
se transformar em uma parceria entre a neurologia da Unifesp e o
Ions", diz Afonso Carlos Neves, médico da Unifesp que participa ativamente das atividades da Willis.
O objetivo, segundo ele, é executar
pesquisas conjuntas. "Nos EUA, eles
estudam os vários níveis da consciência. Um exemplo são os trabalhos sobre paranormalidade, pouco
realizados por aqui", diz o médico.
Com o apoio da Willis, Neves também coordena o Projeto Labirinto,
técnica que promove a interiorização pessoal e a reflexão sobre o significado de ser humano. A técnica
consiste em levar as pessoas a fazerem uma espécie de meditação ao
caminharem sobre um labirinto desenhado no chão. O projeto, que já
está sendo executado há um ano e
meio com funcionários do Hospital
Geral de Pirajussara, no Taboão da
Serra, zona sul da cidade, pretende
agora atingir as empresas.
Engenheiras-ongueiras
Muitas vezes, as iniciativas realizadas na
Willis rendem desdobramentos interessantes. É o caso da ONG Instituto Amora-Carambola, criada a
partir dos encontros nomeados de
Rede Neural, que ocorrem na Willis
e são coordenados pelo portal universitário Neuronio.com.
Em toda primeira terça-feira de
cada mês, cerca de 20 universitários
ou recém-formados de áreas diversas -de psicologia a veterinária-
discutem como descobrir a verdadeira essência individual, aquilo que
de fato move internamente as pessoas para as suas realizações, e de
que modo essa descoberta se reflete
no meio empresarial. "É o que chamamos de espiritualidade no trabalho", diz o administrador de empresas Ademar Bueno, coordenador do
projeto.
"Não dá para desenvolver a espiritualidade e deixar de lado o meu trabalho. Daí, a melhor ferramenta que
encontrei foi utilizar a educação alimentar como elemento de transformação social", diz a estudante de engenharia de alimentos Natália Almeida Buchwitz, uma das fundadoras da ONG, que pretende ensinar a
importância de uma alimentação
adequada em escolas e comunidades carentes.
Algumas das atividades da Willis
são gratuitas e abertas a todos os interessados. Outras são pagas -os
membros não pagam ou têm desconto. A Willis também edita livros
e textos relacionados aos princípios
e propósitos da instituição.
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