São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 2000
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O atestado, que deve estar visível na embalagem, é fornecido por empresas que verificam como o alimento foi produzido
Exija selo de qualidade para comprar orgânicos

ARLETE MENDES DE SOUZA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Só usar o "olhômetro" não basta. O consumidor que deseja ter certeza de que está adquirindo produtos agrícolas sem agrotóxicos -também chamados de orgânicos, limpos ou ecologicamente corretos- deve ficar atento à embalagem, que precisa conter o selo de qualidade fornecido por uma certificadora credenciada. Essa identificação é uma garantia de que todo o processo de produção do alimento é livre de aditivos químicos, está em concordância com a Instrução Normativa 7, do Ministério da Agricultura, e é acompanhado e inspecionado pelos fiscais da certificadora antes da comercialização. Há mais de uma dezena de certificadoras credenciadas pelo ministério. A Associação de Agricultura Orgânica (AAO) e o Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural (IBD) são duas das mais atuantes. Jackson Teruo Ota, vice-gerente de certificações do IBD, explica que as certificadoras realizam uma extensa análise de procedimentos antes do fornecimento da certificação, semelhante ao trabalho que as empresas especializadas em gestão de qualidade total vêm desenvolvendo nas indústrias há mais de uma década. Na primeira etapa, o produtor envia as informações detalhadas sobre suas propriedades e lavouras e solicita inspeções pelos fiscais das certificadoras. Os fiscais produzem relatórios, encaminhados ao conselho de certificação. Se for reprovado, o produtor deve contratar um consultor para fazer as melhorias ou pedir à certificadora a indicação de um profissional independente. Para José Luiz Tomita, da Fundação Mokiti Okada, outra grande certificadora, o selo é importante, mas o alto custo do processo de certificação dificulta o acesso dos agricultores de menor porte. "O selo é visto como uma marca que é mais cara devido à etiqueta; nem todos os pequenos produtores podem pagar por ele." O Ministério da Agricultura fiscaliza e esclarece dúvidas sobre a idoneidade das certificadoras, mas só mantém órgãos específicos para isso em oito Estados: Acre (tel. 0/xx/68/221-4815), Distrito Federal (0/xx/61/326-6968), Goiás (tel. 0/xx/62/224-4464), Mato Grosso do Sul (tel. 0/xx/67/725-8866), Paraná (tel. 0/xx/41/ 366-1919), Rio Grande do Sul (tel. 0/xx/51/221-0744), Santa Catarina (tel. 0/xx/48/225-4323) e São Paulo (tel. 0/xx/11/284-6044).


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