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Tratamento envolve remédios e terapia
Uma combinação de antidepressivos e terapia durante um ano, pelo menos, é o tratamento mais
indicado para os portadores da fobia social, de
acordo com uma pesquisa
realizada no Instituto de
Psiquiatria do Hospital
das Clínicas (SP).
"Sem os medicamentos,
os pacientes não conseguem iniciar a terapia e
dar prosseguimento às
sessões. E, sem a terapia,
os remédios não fazem
com que o paciente supere
as situações desencadeadoras da fobia", diz o psiquiatra Márcio Bernik,
um dos autores do estudo.
A fobia social é um
transtorno de ansiedade
com uma base biológica
muito definida: um distúrbio no neurotransmissor chamado serotonina,
responsável por transmitir impulsos nervosos de
uma célula para outra.
Nos portadores do
transtorno, essa substância funciona em nível inferior ao normal. Para corrigir essa disfunção, é recomendável o uso de dois tipos de antidepressivo: os
inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) e os
inibidores de recaptação
da serotonina (ISRSs).
Por serem mais caros e
com maior risco de causar
efeitos colaterais, além de
imporem ao paciente uma
dieta alimentar bastante
restrita, os IMAOs são utilizados em poucos casos
- apenas nos mais graves.
Os antidepressivos receitados mais frequentemente são os ISRSs, que
têm como substância ativa a paroxetina, a fluoxetina ou a sertralina. O Prozac e o Zoloft são exemplos desse tipo de medicamento. Todos eles harmonizam os níveis de serotonina no cérebro, aliviando
os sintomas causados pela
ansiedade social.
"Com os sintomas mais
controlados, a terapia é essencial. É ela que ajuda o
fóbico a mudar seu comportamento, reagindo de
maneira diferente a estímulos e situações antes temíveis e ameaçadoras",
explica Bernick.
De acordo com a pesquisa do psiquiatra, o tipo
de terapia que tem se mostrado mais eficaz no tratamento da fobia social é a
terapia comportamental
cognitiva em grupo, que
procura modificar a forma de pensamento e, consequentemente, o comportamento do paciente.
Durante a terapia, o paciente é encorajado a enfrentar as situações que
lhe causam temor e a relaxar nos momentos de pânico, aprendendo a retomar o contato com as outras pessoas.
Nas sessões em grupo, a
auto-afirmação do fóbico
também é trabalhada,
com o objetivo de melhorar a auto-estima e reduzir
o medo de ser criticado ou
apenas observado.
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