São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 2000
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As poltronas do "miolo" do ônibus são as melhores; idosos têm assistência em viagens aéreas com conexão; confira mais abaixo

Aproveite este guichê de informações e boa viagem

France Presse


KÁTIA STRINGUETO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

NO AVIÃO

Cardápio: todas as companhias aéreas fornecem cardápios especiais para diabéticos, vegetarianos, macrobióticos, judeus (comida "kosher"), crianças, para quem faz dieta ou não pode ingerir lactose, glúten ou sal. O pedido deve ser feito por telefone até 48 horas antes do vôo.

Onde sentar: prefira as poltronas da frente porque o barulho das turbinas é maior atrás. Evite os lugares próximos aos banheiros: os corredores ficam entupidos de passageiros após as refeições e no horário próximo à aterrissagem. Quem quer espaço para esticar as pernas deve sentar-se na primeira fila. A reserva tem de ser feita com muita antecedência, entre quatro e cinco meses. Essas fileiras são reservadas estrategicamente para acomodar passageiros com a perna engessada ou com bebês (na parede há suporte para berço). As fileiras correspondentes à saída de emergência também são mais espaçosas. Nos aviões da TAM, por exemplo, elas têm 50 cm a mais de distância da fileira da frente. Mas há restrições. Os lugares devem ser ocupados de preferência por homens porque geralmente são mais fortes e conseguem abrir as portas mais facilmente. Grávidas, crianças, idosos, pessoas com dificuldades de locomoção e estrangeiros (que não entenderiam as ordens da tripulação) não devem ocupar essas poltronas. Bolsas e outros objetos dos passageiros devem ficar no bagageiro superior para deixar a passagem liberada se for necessário abandonar o avião.

Overbooking: em 1º/12, entrou em vigor uma lei que obriga a empresa aérea a indenizar os passageiros, se vender mais passagens do que o número de lugares disponíveis. Se o vôo estiver lotado, a companhia procura voluntários que aceitem ir num próximo vôo. Quem concordar recebe entre R$ 250 e R$ 420 (depende da extensão da viagem) em dinheiro, pagos após 30 dias, ou em crédito, seja para a compra de outra passagem, seja para o upgrade para classe econômica ou executiva. Enquanto aguarda o próximo vôo, o passageiro tem direito a hospedagem, alimentação, telefonemas e transporte (como táxi) pagos pela empresa. Quem, apesar de essas compensações, não aceitar viajar depois e não conseguir mesmo embarcar pode processar a companhia. Nesses casos, a multa varia de R$ 3 mil (vôos domésticos) a R$ 5 mil (vôos internacionais). O processo pode levar de sete meses a três anos para ser julgado.

PS no ar: todas as aeronaves possuem analgésicos, remédios para enjôo, termômetro e antitérmicos para atender passageiros com ligeiro mal-estar. A maioria dispõe ainda de desfibrilador, equipamento usado para socorrer vítimas de ataque cardíaco. Os comissários são treinados para agir em casos de crise asmática, epiléptica e até parto. Para evitar imprevistos, as empresas exigem atestado médico de grávidas a partir do sexto mês. Em maio, a Varig inaugurou um serviço de telemedicina a bordo que permite à tripulação contatar um centro médico em Phoenix (EUA) e receber instruções de como proceder em casos de emergência. Em setembro, o sistema foi colocado à prova quando um passageiro de um vôo para a Alemanha passou mal com suspeita de infarto. O médico norte-americano, usando o comandante como intermediário, concluiu que tudo não passava de mal-estar digestivo.

Dor de ouvido: os tímpanos sofrem com as mudanças de pressão na cabine durante aterrissagem e decolagem. Mascar chicletes ajuda, assim como engolir várias vezes, abrir a boca como se estivesse bocejando, apertar as narinas e fazer força para soltar o ar com a boca fechada. Pessoas com sinusite ou resfriado são as mais prejudicadas. Os canais do ouvido e a garganta ficam inflamados, dificultando a saída do ar para equilibrar a pressão. O uso de descongestionantes nasais alivia a dor. Crianças também sofrem mais porque o aparelho auditivo é menor. Para bebês, é bom dar mamadeira ou chupeta para estimular a deglutição e facilitar a entrada de ar.

Chiclete para fumantes: proibidos de fumar, passageiros de vôos internacionais da Varig podem controlar a ansiedade com chicletes de nicotina. Com gosto de tabaco, diminuem os sintomas da síndrome de abstinência (irritabilidade, dificuldade de concentração e insônia).

Cinema e música: alguns filmes têm cenas removidas para suprimir imagens "atemorizantes". No filme "Seis Dias e Sete Noites" (com Harrison Ford), a cena da pane da aeronave que cai numa ilha foi cortada. A seleção musical pode surpreender: como as empresas que fazem a programação têm contrato com gravadoras, os passageiros podem ouvir CDs inéditos.

Idosos: eles têm assistência em viagens com conexão. Um funcionário aguarda o idoso no portão de desembarque e o encaminha para o vôo. Peça esse serviço com 48 horas de antecedência.

Bagagem no peso certo: em vôos nacionais, o limite é de 20 kg (classe econômica) e 30 kg (primeira classe ou executiva). Em internacionais, duas malas de 32 kg por passageiro, além de mala de mão pesando até 5 kg. É uma lei brasileira, mas as empresas estrangeiras que operam aqui têm de acatar. Por isso vale checar com a companhia se o mesmo limite é válido para a volta. Cuidado: nem tudo pode ser embarcado. De maio a setembro, por exemplo, a American Airlines não despacha caixas porque são as férias de quem faz esse serviço.

Telefone a bordo: celular é proibido. A TAM e a maioria das companhias norte-americanas dispõem de telefones via satélite em seus aviões. O serviço custa US$ 10 por minuto, pagos com cartão de crédito. Também há fax à disposição. Na primeira classe e na executiva, há ainda tomadas para laptop.

Mercosul: viagens para países do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai) e para o Chile exigem apenas RG. No free shop, exige-se o passaporte.

Passaporte a jato: o posto da Polícia Federal no Alphashopping (al. Rio Negro, 1.033, Alphaville, tel. 0/xx/11/7293-6292) emite passaporte em 24h pelo mesmo valor dos outros postos: R$ 89,71.

Crianças: menores de 12 anos precisam de autorização para viajar sozinhos quando não acompanhados pelo pai, mãe, avós ou irmão com mais de 21 anos. Os pais devem avisar que a criança estará sozinha no ato da reserva. Em geral, as empresas brasileiras designam um comissário extra para acompanhar menores de 5 anos. Os pais têm de pagar pelo menos meia passagem para esse tripulante, além de uma inteira para a criança. Já a British Airways, por exemplo, apenas aceita crianças sozinhas a partir dos 5 anos, que são acompanhadas por um comissário sem custo extra.

Adolescentes: em geral, basta RG ou certidão de nascimento para menores de 12 a 18 anos desacompanhados. Mas há variações segundo a comarca, por isso cheque antes com o Juizado de Menores. Em vôos internacionais, menores de 18 precisam da autorização mesmo acompanhados por um dos pais (o que fica no Brasil precisa autorizar a viagem).

Animais: cães e gatos só embarcam com atestado de saúde fornecido pelo veterinário; um para a ida e outro para a volta. Em vôo internacional, ligue antes para o consulado do país de destino para saber se o bicho deverá ficar em quarentena, como no Reino Unido. A caixa de transporte é a única forma legal de carregar cães e gatos. Em geral, animais com até 5 kg, cujas caixas cabem embaixo da poltrona, podem viajar na cabine. Os demais vão no compartimento de cargas.


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