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Internet saudável
Critérios e normas estabelecidos por instituições nacionais e internacionais auxiliam os internautas a buscar informação em sites de saúde na rede
RODRIGO GERHARDT
FREE LANCE PARA A FOLHA
Separar o joio do trigo é um trabalho que permeia toda pesquisa na internet. Com os sites de
saúde, a preocupação com a qualidade do conteúdo deve ser redobrada, pelo risco de se
adotar recomendações erradas. Para ajudar o leitor em suas buscas, a reportagem do Equilíbrio
selecionou alguns sites brasileiros que podem ser marcados entre os favoritos do seu browser. Informações corretas ajudam a disseminar hábitos saudáveis, contribuem para a prevenção de
doenças e podem oferecer serviços úteis.
A referência para a escolha dos sites foi o "Manual
de Princípios Éticos para Sites de Medicina e Saúde
na Internet", do Conselho Regional de Medicina de
São Paulo (Cremesp), e os endereços eletrônicos comerciais que adotam o código de conduta da organização internacional Health On the Net Foundation
[Fundação Saúde na Internet: www.hon.ch].
Essa ONG estabeleceu critérios para o uso de informações médicas na rede mundial de computadores.
Os sites trazem em sua página principal o selo do
HONcode e podem ser consultados no sistema de
busca da home page da organização. Mesmo assim,
também precisam ser vistos com cuidado, já que é
possível que sites não fiscalizados copiem o selo dos
que foram recomendados.
Entre os princípios básicos de quem põe um site na
internet está o da transparência. Deve estar claro para o usuário se o propósito é apenas educativo ou se
tem fins comerciais. Por isso todos devem informar
quem produziu o conteúdo.
"Muitos sites de saúde estão a serviço exclusivamente dos patrocinadores, geralmente empresas de
produtos e equipamentos médicos, além da indústria farmacêutica, que, em alguns casos, interferem
no conteúdo e na linha editorial, pois estão interessadas em vender" diz o manual do Cremesp.
Assim, todo conteúdo de saúde deve ser visto com
olhar crítico pelo usuário. "É importante que o internauta consulte mais de uma fonte de informação e
observe a atualidade do material. Artigos científicos
com mais de cinco anos, sem valor histórico, não devem ser considerados", aconselha o corregedor do
Conselho Federal de Medicina Roberto D'ávila.
Ele aponta os portais das associações e sociedades
médicas e institutos científicos como os preferenciais para a navegação. O problema é que nem todos,
com algumas boas exceções, têm conteúdo de fácil
entendimento para o público leigo. Uma segunda dica então é verificar a página de links desses sites. A
maioria oferece opções relacionadas ao assunto.
Consulta on-line
No Brasil, apesar de o diagnóstico clínico feito pela internet ser proibido, é possível
que sites nacionais, como o da Sociedade Brasileira
de Cardiologia, respondam a dúvidas de usuários.
"Nenhum site deve cobrar pela transmissão de informações de saúde. O pagamento poderia caracterizar
uma consulta", explica o conselheiro e membro da
comissão de informática do Cremesp, Moacyr Esteves Perche.
Da mesma forma, os sites são proibidos de prescrever medicamentos ou divulgar conteúdo sensacionalista em que prometem tratamentos que ainda
estão sendo estudados e não têm seus benefícios
comprovados. Aliás, esse é o principal motivo das
denúncias que chegam ao Conselho Regional de Medicina desde que a resolução que instituiu o manual
de princípios éticos começou a ser aplicada, em fevereiro de 2001.
E assim como seus dados financeiros devem ser
protegidos, as informações pessoais ou de saúde
também são confidenciais. Observe qual é a política
de privacidade do site visitado. Perguntas feitas por
usuários ou enquetes e pesquisas de opinião só podem ser identificadas com a autorização do próprio
internauta.
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