São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2001
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firme e forte

Multinatação turbina agilidade e equilíbrio

ALEXANDRE PETILLO - FREE-LANCE PARA A FOLHA

N adar sempre foi um ótimo exercício para manter a forma, alongar os músculos, relaxar a cabeça e melhorar a capacidade pulmonar de asmáticos. Agora, um novo estilo de malhação na água, a multinatação, promete aumentar o domínio rítmico e o equilíbrio do praticante, tornando-o mais ágil e habilidoso.
Depois de fazer muito sucesso entre nadadores e atletas no Rio Grande do Sul, a nova técnica chega à capital paulista. Criada pelo nadador Ednaldo Miranda Júnior, 39, ela aumenta a coordenação motora do praticante na água e na terra.
Ao contrário dos quatro estilos tradicionais de natação (crawl, peito, borboleta e costas), que se baseiam em movimentos repetitivos e padronizados, a nova técnica utiliza até 3.000 exercícios que demandam coordenação e trabalham, ao mesmo tempo, diferentes partes do corpo. Por exemplo: enquanto o braço direito realiza um movimento, o esquerdo faz outro em ritmo totalmente diferente, assim como os pés e as pernas.
"Eu costumo dizer para o praticante dos estilos tradicionais que ele sabe o ABC da natação. Quem faz multinatação aprende o alfabeto inteiro", diz Miranda.
Além de aumentar o equilíbrio, a multinatação dá ao praticante consciência dos limites do próprio corpo. Utilizada por nadadores na preparação para competições importantes, a modalidade também é indicada para quem exerce atividade que exija habilidade, coordenação motora e consciência corporal. "A multinatação não foi feita só para atletas, ela ajuda pessoas comuns. É um poderoso antiestressante e aperfeiçoa os movimentos do corpo. O praticante se sente muito mais leve e habilidoso em suas atividades cotidianas", diz Miranda.
A modalidade também é recomendada para idosos. "Eles precisam de bom equilíbrio. A lentidão dos movimentos e o alto nível de concentração que a prática exige educam o corpo, que passa a render mais no dia-a-dia."
Miranda criou a multinatação em 1998, quando deixou São Paulo e foi morar em Novo Hamburgo (RS). Cansado da monotonia dos estilos tradicionais de exercícios aquáticos, Miranda elaborou um programa em que o nadador reproduz na piscina exercícios do cotidiano.
Vários atletas começaram a se deslocar para o Sul em busca da multinatação, o que chamou a atenção de Eledir Bussanelo, coordenadora do Projeto Acqua.
"Fui ao Rio Grande do Sul, fiz duas sessões e voltei maravilhada. Tinha que trazer essa técnica para São Paulo. Ela me deu uma consciência corporal que nunca havia sentido", conta.
A multinatação chamou a atenção de professores de hidroginástica e natação tradicional. "Eles têm me procurado para aplicar a técnica em suas aulas", diz Miranda, que deve iniciar um curso de formação de professores em junho. Por enquanto, a única academia a oferecer a modalidade é o Projeto Acqua, em São Paulo. Cada aula dura uma hora, em média, e pode ser feita em grupos ou individualmente.



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