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firme e forte
Multinatação turbina agilidade e equilíbrio
ALEXANDRE PETILLO - FREE-LANCE PARA A FOLHA
N adar sempre foi um ótimo exercício para manter
a forma, alongar os músculos, relaxar a cabeça e
melhorar a capacidade pulmonar de asmáticos. Agora, um novo estilo de malhação na água, a multinatação, promete aumentar o domínio rítmico e o equilíbrio do praticante, tornando-o mais ágil e habilidoso.
Depois de fazer muito sucesso entre nadadores e atletas no Rio Grande do Sul, a
nova técnica chega à capital paulista.
Criada pelo nadador Ednaldo Miranda
Júnior, 39, ela aumenta a coordenação
motora do praticante na água e na terra.
Ao contrário dos quatro estilos tradicionais de natação (crawl, peito, borboleta e costas), que se baseiam em movimentos repetitivos e padronizados, a nova técnica utiliza até 3.000 exercícios que demandam coordenação e trabalham, ao
mesmo tempo, diferentes partes do corpo. Por exemplo: enquanto o braço direito realiza um movimento, o esquerdo faz
outro em ritmo totalmente diferente, assim como os pés e as pernas.
"Eu costumo dizer para o praticante
dos estilos tradicionais que ele sabe o
ABC da natação. Quem faz multinatação
aprende o alfabeto inteiro", diz Miranda.
Além de aumentar o equilíbrio, a multinatação dá ao praticante consciência
dos limites do próprio corpo. Utilizada
por nadadores na preparação para competições importantes, a modalidade também é indicada para quem exerce atividade que exija habilidade, coordenação
motora e consciência corporal. "A multinatação não foi feita só para atletas, ela
ajuda pessoas comuns. É um poderoso
antiestressante e aperfeiçoa os movimentos do corpo. O praticante se sente muito
mais leve e habilidoso em suas atividades
cotidianas", diz Miranda.
A modalidade também é recomendada
para idosos. "Eles precisam de bom equilíbrio. A lentidão dos movimentos e o alto nível de concentração que a prática
exige educam o corpo, que passa a render
mais no dia-a-dia."
Miranda criou a multinatação em 1998,
quando deixou São Paulo e foi morar em
Novo Hamburgo (RS). Cansado da monotonia dos estilos tradicionais de exercícios aquáticos, Miranda elaborou um
programa em que o nadador reproduz
na piscina exercícios do cotidiano.
Vários atletas começaram a se deslocar
para o Sul em busca da multinatação, o
que chamou a atenção de Eledir Bussanelo, coordenadora do Projeto Acqua.
"Fui ao Rio Grande do Sul, fiz duas sessões e voltei maravilhada. Tinha que trazer essa técnica para São Paulo. Ela me
deu uma consciência corporal que nunca
havia sentido", conta.
A multinatação chamou a atenção de
professores de hidroginástica e natação
tradicional. "Eles têm me procurado para
aplicar a técnica em suas aulas", diz Miranda, que deve iniciar um curso de formação de professores em junho. Por enquanto, a única academia a oferecer a
modalidade é o Projeto Acqua, em São
Paulo. Cada aula dura uma
hora, em média, e pode ser feita em grupos ou individualmente.
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