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Hobby é uma coisa, lazer é outra
"A falta de um hobby não significa que a
pessoa não tenha lazer." As palavras do
sociólogo Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc-SP, provam que
hobby e lazer têm significados parecidos,
mas não são a mesma coisa.
Para Gisela Taschner, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, o lazer é como
uma sombra. "É um conceito difícil de
ser delimitado. Em tese, seria fazer algo
no ritmo determinado pela vontade da
pessoa e que, em determinadas situações,
pode até se transformar no próprio trabalho."
Já o hobby não pode ser confundido
com o trabalho. "Ele requer disciplina,
mas não pode ser visto como obrigação",
explica o filósofo Antônio Carlos Bramante, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). "O hobby é uma atividade mais fechada, que não tem como
pressuposto o contato com o outro",
completa Teixeira Coelho, professor da
ECA (Escola de Comunicação e Artes),
da USP (Universidade de São Paulo).
Mais do que reunir, distrair e comover
as pessoas, o lazer também gera emprego. O turismo e as demais manifestações
culturais e esportivas são a prova disso.
Preocupada com a falta de tempo que
executivos dedicam a atividades extra-trabalho, o grupo Catho, empresa de
consultoria em recursos humanos e recolocação profissional, fez uma pesquisa
em maio de 97 para avaliar como o assunto é tratado pelos profissionais executivos.
Foram entrevistados 625 executivos
brasileiros. Constatou-se, então, que 50%
dos executivos entre 40 e 70 anos de idade, por exemplo, dedicam duas horas do
tempo livre à leitura de livros ou revistas
relacionadas aos negócios.
Já quando o assunto é férias, 17% dos
entrevistados afirmaram ter tirado apenas uma semana ou menos de descanso
por ano. Com relação ao tempo dedicado
a um hobby, a maioria disponibilizou
apenas 3,65 horas por semana a uma determinada atividade.
Quando a mesma pergunta foi feita para executivos de 40 a 44 anos, o tempo
destinado ao lazer aumentou. Cada entrevistado disponibilizou 4,7 horas por
semana a atividades extra-trabalho.
A pesquisa, apesar de restrita, mostra
que o brasileiro não usufrui o seu tempo
de ócio. "O ritmo de vida da sociedade
moderna é agitado demais. Ainda teremos de aprender a lidar com isso", conclui Taschner.
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