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Consumo do futuro

COM IPAD E CELULAR NA MÃO, NOVA GERAÇÃO DE IDOSOS CONSOME CADA VEZ MAIS LAZER

LEONARDO RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mercado de lazer deverá ser o segmento mais procurado no futuro por consumidores brasileiros acima de 60 anos, em detrimento do de bens duráveis tradicionais, como eletrodomésticos, imóveis e automóveis.

A opinião é unânime entre seis especialistas ouvidos pela Folha, entre economistas, administradores e consultores em tendências de consumo e varejo no Brasil.

Segundo eles, esse é um público cada vez mais ativo, crítico e financeiramente independente. Além disso, o idoso hoje vive mais, goza de mais saúde e, por isso, dispõe de tempo extra para gastar consigo mesmo.

Para Claudio Felisoni, presidente do Provar (Programa de Administração de Varejo) -instituto que realiza consultorias e pesquisas de mercado-, o aumento na procura por lazer é ainda mais acentuado entre os idosos da classes C, a parte da pirâmide social que mais cresce no país.

"À medida que as pessoas passam a viver mais e a ter uma renda um pouco maior, a demanda por itens de necessidade básica e por bens duráveis vai sendo substituída", afirma Felisoni.

A inclinação pela diversão também aparece no mais recente levantamento da QuorumBrasil, que, em 2008, ouviu 200 paulistanos entre 65 e 75 anos, de diferentes faixas de renda. De acordo com a empresa especializada em números de mercado, os gastos com entretenimento estão à frente de outras despesas.

"O idoso fica menos dentro de casa. Ele se alimenta fora, vai ao cinema, a restaurantes. Fica mais ativo de forma geral", diz o economista André Braz, da FGV do Rio.

MEIOS DIGITAIS

Outro ponto em comum na opinião dos especialistas consultados é a afirmação de que a internet e os novos meios digitais serão grandes aliados dos novos idosos quando forem às compras. Seja por meio de computadores tradicionais ou pelo uso de smartphones e tablets.

O usuário desses aparelhos com mais de 55 anos, por sinal, quase dobrou nos Estados Unidos no período de 2010 a 2011, segundo a Nielsen, um dos maiores institutos de pesquisa do mundo. E a expectativa é que isso também ocorra por aqui.

"Cerca de 30% dos e-consumidores têm entre 35 e 49 anos de idade. Daqui a 20 anos, eles estarão muito mais habituados à internet e aos meios digitais do que os idosos de hoje e deverão consumir mais", diz Cris Rother, diretora da e-bit, empresa especializada em informações de comércio eletrônico.

Números da última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios) sinalizam essa projeção. A pesquisa mostra que a faixa etária entre 50 e 59 anos é a que mais cresce na internet brasileira, com 40,4% de avanço entre 2008 e 2009. Quase o dobro da média geral para todas as idades (21,5%).

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