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Com hip-hop e balé, cultura melhora

Nota dada por moradores a lazer e esportes subiu, mas ainda é baixa; em Sapopemba, o aumento foi de 3,2 para 4,7 no item cultura

DE SÃO PAULO

Tiopac, 46, nasceu na Penha e foi seguindo para o extremo leste. Registrado Claudio Nunes de Souza no cartório, ele morou em Itaquera, São Miguel Paulista, Itaim Paulista até parar lá no fundão, na Cidade Tiradentes.

De vendedor de sorvetes na infância chegou a uma espécie de cineasta da região. Dá aulas de técnicas de audiovisual para jovens na Oficina Cultural Alfredo Volpi, em Itaquera.

Tiopac dá o exemplo de que é justamente no lado cultural que as coisas melhoraram, bem modestamente, diga-se, na região.

"A zona leste sempre foi efervescente em cultura. E esse potencial vem aumentando", afirma ele, cujo apelido é uma homenagem ao rapper Tupac Shakur (1971-1996).

Fundado há 23 anos pelo governo estadual, o espaço tem oficinas gratuitas de teatro, história da arte, produção de documentários, entre outras atividades.

"Quando abre curso aqui, as pessoas fazem fila", conta a produtora cultural Patrícia Campos, 35, que foi aluna e hoje organiza os cursos.

Mesmo com notas baixas, os distritos da região mostraram melhora no quesito, assim como em lazer e esporte.

Entre os que mais avançaram na avaliação está Sapopemba -onde a nota variou positivamente de 3,2 para 4,7 em cultura. Também houve melhora na avaliação dos moradores em Carrão, Vila Matilde e Artur Alvim.

Um galpão no meio da Fazenda da Juta, antiga invasão reurbanizada na região de Sapopemba, pode ter influenciado esse "upgrade". Desde o ano passado, funciona ali uma Fábrica de Cultura, projeto da Secretaria de Estado da Cultura. Há outras duas em Itaim Paulista e Vila Curuçá.

Nas fábricas, crianças e jovens têm aulas de dança, música, artes visuais, literatura, teatro e circo.

Os CEUs (centros educacionais unificados), criados a partir de 2002 pela prefeitura, também são polos de cultura. Há 17 na região.

"Na zona leste, vale a cultura do hip-hop, que diz 'somos nós por nós mesmos'", conta o artista Renato Ursine, 30, professor de grafite em Itaquera. Para a coordenadora da Alfredo Volpi, Maria Barros, 30, a cultura assumiu papel fundamental contra a violência. "Aqui vale o ditado: 'mente vazia é oficina do diabo'."

(GBJ)

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