São Paulo, 2 de outubro de 1999 |
Um século com muita irreverência SILVIO CIOFFI Editor de Turismo Dr. Oscar Niemeyer, estou num táxi, o sr. viu que o professor Bardi morreu? Puxa, que pena... Ele foi tão importante no desenvolvimento das artes plásticas. E fez esse museu fantástico, o Masp, projeto da Lina!
Mas e o fato de ele ter sido fascista, e o sr. ser comunista, não modifica seu juízo? Ora, ele já devia ter se arrependido... Era um homem inteligente _e como devemos ao seu enorme talento. Posições políticas à parte, Bardi conquistou a unanimidade. Importado no pós-Guerra para criar nossa melhor pinacoteca, Bardi desembarcou no país com a mulher arquiteta _outra comunista de carteirinha_ em meio a controvérsias. Conselheiro estético de Mussolini, confessava, já velhinho, que o ditador havia sido un uomo meraviglioso. Maria Helena Chartuni, sua assessora, ficava brava nessas ocasiões. Mas o professor, autodidata confesso, nem se importava. Sua causa era maior do que qualquer crise, regime ou juízo. Nosso maior museólogo, que não era professor nem museólogo, renunciou à cidadania italiana e colocou a palavra merda na primeira página dos jornais só para ensinar que irreverência não rima com incompetência. |
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