São Paulo, 23 de Abril de 1994

Nixon iniciou o desmonte da
Guerra Fria


De Washington

Sem a Guerra Fria, Richard Nixon talvez nunca tivesse deixado de ser apenas um anônimo advogado californiano.
Sua oratória histérica anticomunista lhe deu prestígio, fama e, no limite, a Presidência dos EUA.
No poder, deu início ao processo de desmonte da Guerra Fria, encerrado por outro ultraconservador, Ronald Reagan.
Seguindo o que chamou de "Doutrina Nixon", acabou com a Guerra do Vietnã: primeiro nacionalizando o conflito, depois promovendo a conferência de paz de Paris, afinal retirando os soldados dos EUA do país.
Ainda como parte da "Doutrina Nixon", a presença militar norte-americana em todo o Sudeste Asiático foi reduzida ao mínimo.
Em 1971, Nixon apoiou a entrada da China na ONU (Organização das Nações Unidas).
No ano seguinte, realizou a dramática "viagem pela paz" a Pequim, onde foi recebido efusivamente por Mao Tse-tung, com quem celebrou o fim do isolamento chinês de 23 anos.
Em maio de 1972, ele se tornou o primeiro presidente norte-americano a visitar Moscou, outro marco da política de distensão com os comunistas.
Com Leonid Brejnev, líder da então União Soviética, Nixon assinou três importantes acordos de desarmamento: o Salt (1972), que limitou e congelou o número de mísseis nucleares dos dois países, o de armas químicas (1971), que eliminou esse tipo de armamentos dos seus arsenais, e o do mar (1970), que baniu testes nucleares em águas internacionais.
Nixon e Brejnev realizaram programas inéditos de cooperação científica entre os dois países.
Aumentaram o comércio bilateral a níveis sem precedentes e acertaram a primeira missão espacial conjunta de americanos e soviéticos, a da Soyuz 19 com a Apollo 18, que aconteceu 11 meses depois da renúncia de Nixon e foi, no seu tempo, o mais importante símbolo da aproximação EUA-URSS.
(CELS)


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